Monday, 04 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1312

Obama proíbe divulgação de fotos de tortura

Em uma decisão controversa, o presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou sua oposição à divulgação de dezenas de fotografias mostrando atos de tortura contra supostos terroristas. O líder americano teme que elas possam gerar uma reação contra soldados do país. No mês passado, a posição de Obama era bem diferente. Ele teria dito que obedeceria a uma ordem judicial para divulgar as fotos até 28/5, mesmo entre temores de que elas poderiam estimular a polêmica sobre o tratamento dado a suspeitos de atos de terrorismo e outros presos durante o governo de George W. Bush.


Já na semana passada, segundo um funcionário da Casa Branca que não quis se identificar, Obama teria dito a sua equipe jurídica que não se sentia confortável com a divulgação das fotos, embora tenha ressaltado que, de maneira alguma, desculpava o comportamento daqueles responsáveis por duras táticas de interrogatório no governo anterior. O presidente teria instruído os advogados a se oporem à divulgação imediata das imagens, sob as justificativas de que ela poderia prejudicar as tropas no Iraque e no Afeganistão e porque suas implicações na segurança nacional não teriam sido apresentadas de maneira completa à corte.


Métodos questionáveis


Em abril, Obama despertou tensão entre os partidos em Washington por ter divulgado memorandos escritos por advogados do Departamento de Justiça da administração Bush que forneciam justificativas legais para táticas de interrogatório – entre elas, estratégias como afogamento. Defensores de direitos humanos pediram a condenação dos funcionários que participaram destes atos. Também no mês passado, o presidente permitiu o julgamento destas pessoas. O procurador-geral Eric Holder prometeu, na semana passada, que irá agir cautelosamente e evitar políticas partidárias ao decidir se tais funcionários deveriam ser condenados.


No Capitólio, alguns democratas, como a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, pediram que uma comissão conduzisse uma investigação pública sobre as táticas de interrogatório da administração Bush. Os republicanos, por sua vez, insistiram que as táticas forneceram informações importantes na guerra ao terror. Informações de Caren Bohan [Reuters, 13/5/09].