A anistia concedida pelo presidente Rafael Correa a jornalistas e ao jornal El Universo não reverteu o proceso de intimidação de profissionais e meios de comunicação conduzido pelo Estado equatoriano. Três anos de cadeia e multa de 40 milhões de dólares.
Mesmo levando-se em conta toda a carga de conflito e ressentimentos presente na história do país, que objetivos pode ter uma condenação assim?
Em pleno regime militar brasileiro, quando foi censurado o livro de Rubem Fonseca Feliz Ano Novo, Jorge Amado se pronunciou contra o ato de arbítrio sob o argumento de que, embora pudesse se tratar de uma exceção, era na verdade um precedente.
O episódio equatoriano é um precedente.
E quem hoje anistia amanhã poderá não repetir o gesto.
Fica a sombra da mão pesada.
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Bonita homenagem aos 80 anos de vida e 60 de jornalismo de Alberto Dines fez na terça-feira (28/2) a equipe do Observatório da Imprensa na TV.