Para aqueles que crêem que as novelas brasileiras, ou como muitos crêem que as globais são o que há de melhor no mundo, equivocam-se. Em matéria publicada em 25/11/2008 no jornal O Globo e Reuters, que dá ênfase à perda da enfadonha Paraíso Tropical no Emmy Intenacional, vi como um raio de esperança o comentário de um leitor a esta matéria para variar (sic) tendenciosamente puxassaquista de Patrícia Kogut.
Nova York – Brasil saiu sem nada e os programas britânicos dominaram o Emmy internacional na noite de segunda-feira. Já a Argentina e a Jordânia tiveram suas primeiras vitórias na premiação da TV.
A Argentina levou um dos prêmios mais importantes da 36ª edição da cerimônia – melhor filme para TV ou minissérie, por Televisión por la identidad, que fala sobre as mulheres grávidas ‘desaparecidas’ entre 1976 e 1983 e a busca pelas crianças.
Dentro do comentário é dito: ‘É difícil para o público do exterior engolir os fechamentos das novelas brasileiras, onde tudo magicamente se resolve no último capítulo. Ou ainda premiar um país onde os capítulos cada dia tem uma duração.’ Do leitor Daniel Figueiredo Guimarães.
Nem todas as colocações do comentário compactuo, mas este trecho recebe meu aval em meio a gritos e aplausos. Será que finalmente alguém, além da minha pessoa, enxerga o despreparo e a irracionalidade das tramas globais?
Capachos ideológicos
Que os argentinos sejam premiados não é para mim surpresa alguma. Parece isso uma rechaça de uma globista de carteirinha às vitórias incessantes de Chiquititas sobre a poderosa? Raiva porque Pérola Negra, SBT, mesmo sem verbas e grandes investimento na época colou no Jornal Nacional? Ou uma birra sem motivo com qualquer coisa proveniente da Tierra del Fuego, como o CQC, formato da TV argentina e exportado para 24 países, que esvazia a pauta do imensamente desgastado Casseta? Acredito que tudo isso junto. Além do fato de estar meio abalada por sua ‘rainha’ ter perdido para a imperatriz-menina Maísa da Silva Andrade, do SBT, que ganhou de Xuxa, da Globo, por 9 a 7 pontos no Ibope, sábado.
É de se salientar o quão uma mídia auto-promocional pode ser manipulativa e tendenciosa, pois neste caso específico vem a reafirmar a ladainha desde a ditadura conhecida sobre o grande ‘valor cultural’ que tem a rede dos Marinho para o país. Sempre penso nestes casos pela linha freudiana: a auto-afirmação sempre é uma forma de discurso preventivo de quem tem algo a esconder e/ou tenta mostrar ser algo que não é.
Essa necessidade da Rede Globo e seus capachos ideológicos, sejam eles pagos ou não, de se reafirmar é a mostra clara de que qualidade ali não há!
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Ator, diretor teatral, cantor, escritor e jornalista, Florianópolis, SC