Saturday, 23 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Risco de saturação nos debates entre candidatos

No primeiro turno os debates foram virtuais, já que o favorito não estava presente. A guinada do segundo turno foi marcada pelo debate da Band no último domingo (8/10). Lá estavam os dois finalistas e uma grande surpresa: a contundência do candidato Geraldo Alckmin.


O espetáculo eleitoral passou a ficar muito bem cotado. Diante deste produto supervalorizado, nenhuma emissora quis ficar de fora. Assim, além do debate final na TV Globo, já estão sendo agendados um debate no SBT e outro na Record, sem falar nos próximos Roda Viva (TV Cultura) marcados para as próximas segundas-feiras. E isso sem contar a série de sabatinas nos grandes jornais iniciada ontem (12/10), no Globo.


O pêndulo brasileiro exibe novamente a sua principal característica: o caráter extremado, exagerado, drástico. Ou não há debates ou temos debates demais. Agora o perigo está na possibilidade da saturação, o efeito blablablá. Sobretudo porque esses confrontos entre candidatos estão sendo formatados para atender ao Ibope e aos altos índices de audiência.


Com blocos muito curtos, os candidatos terão que apelar para coisas muito fortes – fortes e novas. E será que o estoque de denúncias e acusações de ambos os lados é suficiente para garantir uma sustentação até o dia 29? E quando é que os marqueteiros vão perceber que o pobre do eleitor quer propostas concretas, razoavelmente expostas?