Paulo Totti entrevistou Laurentino Gomes, jornalista que por muitos anos exerceu cargos de chefia na Editora Abril e hoje, depois do sucesso do livro 1808, dedica-se integralmente à profissão de escritor (“O mago da história pátria”, À Mesa com o Valor, 25, 26 e 27/11).
Gomes revelou conselhos de marketing dados pelo escritor Paulo Coelho, de quem é amigo. Por exemplo, não fazer noite de autógrafos, que geraria apenas certa quantidade de notinhas convencionais.
“Você tem uma onda única de mídia”, disse Coelho. “Depois, os amigos se sentem desobrigados, o esquecem. Se não fizer o lançamento, os amigos vão dizer ‘O Laurentino lançou um livro e não falamos nada. Vamos lá entrevistá-lo’. Outro vai perguntar: ‘O livro do Laurentino está vendendo bem? Vamos checar e fazer matéria’. E a onda de mídia será mais prolongada.”
Muito grito, pouca informação
Totti perguntou a Gomes o que ele acha do jornalismo impresso praticado hoje.
− O jornalismo impresso tem problemas de custos, está perdendo receita publicitária, perdendo circulação, tem que investir em novas mídias, em internet… O problema maior é que jornais e revistas, com poucas exceções, não investem mais em reportagens. Então virou um jornalismo muito estridente, que grita muito e informa pouco. Muito bate-boca e pouca reportagem. Há um certo “empreguiçamento”, não? É a sensação que eu tenho.