Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Uma gafe reveladora

Muita gente já deu boas risadas com as imagens reproduzidas abaixo, que estão circulando pela internet desde meados de fevereiro.

De fato, a gafe cometida pelo jornal A Gazeta – de São Bento do Sul (SC) – é engraçada, caso típico em que a emenda ficou pior que o soneto, como a hilária correção publicada para tentar livrar a cara dos familiares e da redação.

A graça é tanta que pouca gente deve ter percebido que a gafe revela não apenas um fechamento apressado e mal cuidado, mas também o ‘comércio’ em torno do colunismo social nos pequenos jornais do interior. Ora, a ‘véia’ só está ali, naquela página, porque foi ‘encomendada’ pela família da aniversariante. E a encomenda muito provavelmente não saiu de graça para os familiares da homenageada.

Quando a TV Globo ia estrear o programa Minha nada mole vida, há pouco mais de um mês, o jornal Folha de S.Paulo entrevistou o colunista social Amaury Jr., modelo inspirador de Jorge Horácio, o protagonista da série cômica. Na entrevista, Amaury admitu que cobra dinheiro pela cobertura de alguns eventos que exibe em seu programa televisivo.

Se um dos mais renomados colunistas sociais do país cobra para exibir os seus ‘clientes’ no programa, é bastante razoável supor que a prática esteja disseminada Brasil afora. É certo que os jornais das pequenas cidades do País, como é o caso d’A Gazeta de São Bento do Sul, devem ter uma ‘tabela’ bem mais acessível que a de Amaury. Umas mais caras, outras mais baratas, o fato é que a picaretagem já virou marca da grande maioria das colunas sociais do país. Para ler essas páginas, o melhor é sempre se perguntar quem é que poderia estar pagando pela informação ali publicada.