Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

A agricultura que se põe à mesa

Na era da agroenergia, a mídia pouco fala sobre a safra de grãos. A cana nos fornece álcool e açúcar, mas a safra de grãos é que nos dá a comida (arroz, feijão, milho, soja,trigo), alimenta o gado (bovinos e aves), mantém a inflação sob controle e ainda gera boa parte das exportações agrícolas brasileiras.


Tudo bem que a cana se transformou na excelência brasileira. Criou um combustível limpo e renovável, desenvolveu um modelo de autómovel (flex-fuel) bem menos nocivo ao ambiente, expandiu-se pelo Brasil afora, roubou boa parte das terras do boi e até trouxe o presidente Bush a São Paulo. Mas ninguém fica sem arroz, feijão e um bom bife.


Depois de três anos de vacas magras, o agricultor voltou a colher uma safra rentável. Basta ver as previsões do milho. Uma análise da FNP-Agro mostra que tanto na primeira safra como na safrinha a rentabilidade do produtor de milho nesta temporada foi até cinco vezes superior à obtida no ano passado. O lucro cresceu por conta dos preços mais altos e de custos mais baixos. Uma boa notícia para o produtor que nesta safra colheu 50,6 milhões de toneladas de milho, recorde histórico. É com milho que se faz frango e tantos outros alimentos. 


O produtor gaúcho também começa a sair do vermelho, após vários anos de estiagem. A safra de grãos no Rio Grande do Sul rendeu 21,9 milhões de toneladas, volume 10,8% superior ao recorde obtido em 2003. O valor bruto da produção do Estado deve chegar a
R$ 9,22 bilhões, segundo dados divulgados pela Emater-RS.


Outra boa notícia: nesta safra, o Brasil volta a liderar as exportações mundiais de soja, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O país deve embarcar 29,69 milhões de toneladas, 18,8% mais que em 2006/07. A participação do Brasil no comércio internacional de soja aumenta de 35,7% para 39,3%.


Vale a pena a  mídia voltar ao campo. Há boas notícias para colher.