Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Ão errou a mão

Desde a quarta-feira o candidato tucano Geraldo Alckmin vem dizendo que ‘a matriz’ do escândalo dos sanguessugas está no Ministério da Saúde. Todos os jornais deram a declaração pelo menos uma vez. E não é que o Estado resolveu dá-la em título de página inteira, como se fosse a maior das novidades?


No noticiário da Folha sobre o mesmo evento eleitoral em que o ex-governador repetiu a acusação, ela aparece no seu devido lugar: uma breve referência – ‘Alckmin voltou a afirmar que…’ – no sexto dos oito parágrafos da materiola.


Vá lá saber por que, não é mesmo? Tem mais, porém.


Último dos principais diários a revelar o que o negociante Luiz Antonio Vedoin, disse em nove dias de depoimentos, no esquema da delação premiada, o Estadão também não conseguiu hoje se pôr de acordo sobre quem o ouviu. ‘Polícia Federal’, diz uma matéria. ‘Justiça Federal’, lê-se no quadro que acompanha a mesma matéria. ‘Justiça Federal’, confirma outro texto. ‘Polícia Federal’, insiste outro. E tudo na mesma página. Na seguinte, nova referência à ‘Justiça Federal’ desempata o jogo em favor da verdade.


Sem falar que na matéria ‘Empresário compromete 3 prefeitos e ex-ministro do PT’, com o sub-título ‘Dono da Planam acusa Humberto Costa de pertencer ao esquema’, a informação a respeito – ‘Vedoin detalha reuniões para conseguir o pagamento de R$ milhões que ficaram pendentes do governo Fernando Henrique Cardoso’ – não só estava na mídia há uma semana, como não sustenta a expressão taxativa ‘pertencer ao esquema’. Além disso, o texto omite o desmentido do advogado de Vedoin à TV Cuiabá de que o seu cliente tivesse citado Humberto Costa.


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