O PSDB aprontou ao requerer à Justiça a apreensão da edição de abril/maio do Jornal CUT São Paulo.
No pedido de liminar, concedida ontem, os tucanos argumentaram que o jornal fazia “propaganda eleitoral negativa antecipada” ao publicar um “balanço” da era Alckmin em São Paulo, aproveitando para comparar os governos Fernando Henrique e Lula.
O PSDB notou também a tiragem excepcional da edição: 1,5 milhão de exemplares.
Claro que se trata de material eleitoral e ninguém ignora os laços de sangue entre a Central Única dos Trabalhadores e o Partido dos Trabalhadores.
Mas um partido que tem a palavra “democracia” no nome pedir a apreensão de um órgão de imprensa, seja lá por que motivo for, é uma abominação.
Não sou advogado, mas certamente deve haver uma forma não truculenta de o PSDB reagir na Justiça à propaganda antitucana do jornal sindical.
Um pedido para impôr à CUT uma pesada multa teria sido uma resposta civilizada.
Apreensão de jornais, no país em que a memória da ditadura militar ainda não se perdeu, felizmente, na noite dos tempos, nunca mais.
E a ironia do vexame foi a sua inocuidade. Ao que informa a Folha de hoje, a edição já tinha sido quase toda distribuída “em um único dia”.
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