Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Aprendizado para jornalistas e fontes

A entrevista a seguir foi dada ontem (1 de junho) ao Observatório da Imprensa pela editora-chefe do Globo Online.


O que a senhora destaca na cobertura de crise de violência criminosa em São Paulo?


Joyce Jane – Foi um aprendizado tanto para os jornalistas como para as próprias fontes, os fornecedores de informações. Não foi a primeira crise em São Paulo para nós. Já tinha havido o seqüestro de Silvio Santos, em 2001. Mas essa crise teve uma repercussão muito ampla, tanto na cidade quanto nacional. E foi uma crise em que as autoridades se posicionaram de uma forma diferente. O governo, a Polícia e o próprio Ministério Público tiveram que agir muito mais rapidamente porque nós colocamos notícia o tempo todo no ar. Não dava para esperar e juntar tudo no fim do dia e dar aquela tradicional coletiva com um balanço do que tinha acontecido. As autoridades tiveram menos tempo para pensar na crise e aprontar um discurso certinho. Nós convivemos com um volume muito grande de informações. E como eram muitos números, às vezes nós mesmos somávamos dados que iam sendo divulgados parcialmente pelas autoridades. Isso fez com que a dinâmica da informação mudasse, com que a repercussão do fato mudasse, e também a rapidez com que a sociedade foi informada.


É da natureza da internet dar informação o tempo todo. Qual foi a mudança?


J.J. – Mas numa crise como essa, com tantas fontes dispersas, deu para ver muito claramente como o trabalho da internet está modificando o relacionamento das fontes com os jornalistas, dos jornalistas com o público, e a própria cobrança do público, que vem imediatamente. Se os números não são coerentes, o leitor questiona a informação que estamos dando.


Que balanço a senhora faz?


J.J. – Foi uma cobertura muito boa. Não fomos surpreendidos. Todas as manchetes do dia seguinte nos jornais já tinham sido noticiadas no dia anterior pela internet. Tivemos uma agilidade e uma qualidade de informação muito boa. E foi mais um aprendizado de uma prática de jornalismo que vem mudando nos últimos anos.


Quem participou da cobertura em São Paulo?


J.J. – A equipe do Globo Online inteira ficou dedicada a isso. A sucursal do Globo [jornal] entrou ajudando, buscando informação para o jornal e também passando informação para o Online, o Diário de S. Paulo também, e trocamos informações com a rádio CBN e a televisão. Foi um grupo muito grande gerando informação. Não foi à toa que tivemos um crescimento de audiência recorde, batemos todos os nossos picos de audiência. Na média do mês tivemos um crescimento de 40%.


E o pico propriamente dito foi de quanto?


J.J. – Chegamos a quase 500 mil visitantes únicos, mais de um milhão de visitas no dia. [As médias iárias do Globo Online oscilam entre 300 e 350 mil visitantes únicos.]


Ler, a seguir, ‘Globo Online quer conquistar liderança até 2010‘.