Trechos da coluna do deputado Fernando Gabeira, na Folha de hoje, intitulada ‘Ninguém sai vivo daqui’.
Leia, sabendo que o seu sábado ficará mais pesado. É o preço por ver de perto a degradação da política nos tempos que correm.
Coincidentemente, o primeiro parágrafo do artigo contém a mesma idéia do primeiro parágrafo do editorial ‘Sucessão de vexames’, no Estado de hoje.
Escreve Gabeira:
‘Às vezes acho que estou sonhando: o Brasil não é isto que está aí.‘
Escreve o Estadão:
‘Não desanime, leitor. O Brasil é melhor do que isso.’
Os principais pontos do artigo do deputado:
‘O espaço público em que nos movemos está dominado por uma aliança delicada: quase todos desviam dinheiro, alguns têm a missão de sepultar CPIs. De forma literária: uns queimam os ônibus e retiram as pessoas, outros queimam com todo mundo lá dentro.
A facção do PMDB que está na aliança queima ônibus com gente dentro. Descendo à terra: sepultam CPIs e só cedem quando forçados pelo Supremo. Não dão importância aos fatos nem à opinião pública. O líder na Câmara indica a mulher que controla o esquema das ambulâncias, o ministro contrata, o líder no Senado apresenta emendas e o presidente do Congresso sepulta a CPI. Um verdadeiro quarteto mágico. Todos do PMDB.
Nos tempos de luta armada, era necessário saber desmontar fuzis no escuro. Hoje sua arma é luminosa e aparece no lado esquerdo da tela: o Google.
Grande parte dos bandidos no Congresso podem ser abatidos com o Google. Como isto que aí está deve ser isto que aí estará nos próximos anos, é preciso usar todas as táticas para derrotá-los, sem perder energia para as coisas positivas que ainda podem ser feitas.
A digital é a única revolução que nos resta. Vamos armar com ela as principais trincheiras contra a invasão dos bárbaros. Vamos morrer atirando bytes e pixels, alguma tinta e papel, que tanto manejamos no passado.’
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