Veremos o que trarão os jornais de amanhã, sábado, sobre a trajetória de Aiton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães, um dos presos na Operação Furacão desta sexta-feira.
Há muito a ser dito. No terceiro volume de As Ilusões Armadas, A Ditadura Escancarada, páginas 366/7 (primeira edição, 2002), Elio Gaspari escreveu:
‘Os contrabandistas cariocas se renderam e contrataram os serviços da quadrilha enquistada no DOI. No final de 1972 o capitão Guimarães, escoltado por um sargento, juntou-se à guarda que protegeu na praia do Caju a desova de uma carga de três caminhões com roupas e cosméticos. No serviço seguinte, em Sepetiba, um jipe do EXército escoltou o combio que transportou perto de 18 mil calças Lee até o centro da cidade. Eram jornadas de cinco horas de trabalho e valiam 5 mil cruzeiros por cabeça. No Caju e em Sepetiba os agentes do DOI trabalharam ao lado do comissário Euclides Nascimento, o Garotinho, sócio-atleta da Escuderie Jason e presidente da Le Cocq, biombo do Esquadrão da Morte‘.
Vem a propósito de um melhor entendimento do que é a criminalidade no Rio de Janeiro. E um aviso aos que se iludem com o emprego das Forças Armadas na segurança pública, sobretudo no contato (contágio?) com o chamado crime organizado.
O livro tem outras passagens sobre o Capitão Guimarães.