Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Coalizão dentro da coalizão

O Estado, ontem, e a Folha, hoje, trazem substanciosas matérias sobre a disputa entre os principais sócios da coalizão do governo de Lula pelos cargos do chamado segundo escalão da administração direta e indireta – cujos titulares não raro são mais poderosos que muitos ministros.

Estão em jogo pencas de cargos de direção em potências como Petrobras, Banco do Brasil, Eletrobrás, Furnas, Caixa Econômica Federal, Eletronorte, Fundação Nacional de Saúde, Casa da Moeda, Correios, Banco do Nordeste, BR Distribuidora…

É a corrida pelos melhores lugares daquilo que o presidente do PMDB, Michel Temer, citado hoje pelo colunista político Ilmar Franco, do Globo, chama, sem enrubescer, “coalizão administrativa”.

Dela, o grosso dos outros nove partidos da base lulista está praticamente alijado, com as proverbiais exceções que confirmam a regra. E a regra é que os acionistas francamente majoritários do segundo mandato se chamam PT e PMDB.

Partidos tradicionalmente lulistas, como o PSB, o PC do B e, com idas e vindas, o PDT, devem virar coadjuvantes. O PTB, informa Ilmar, não deve alimentar grandes esperanças junto ao Planalto enquanto for presidido pelo deputado cassado Roberto Jefferson.

O PR (ex-PL), que bateu recordes de crescimento na Câmara – elegeu 23 deputados em outubro e está com 40 – pode perder gás político agora que a revista IstoÉ revelou que correm processos na Justiça Eleitoral – um deles por compra de votos – contra o senador Alfredo Nascimento ex-ministro dos Transportes, na bica para voltar ao cargo.

De todo modo, o ângulo certo a partir do qual o leitor deve acompanhar o noticiário dos rumos do segundo mandato e os movimentos embrionários para a sucessão de 2010, se quiser entendê-los, é este da coalizão dentro da coalizão, que reúne, com as inevitáveis rusgas, o PT e o PMDB.

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