Não faz muito, Alberto Dines saudou no Observatório a farta cobertura das prévias eleitorais americanas na grande imprensa brasileira como sinal de que os nossos jornalões deram de trazer o mundo mais para perto dos seus leitores.
Parece mesmo o caso. Hoje, Globo, Estado e Folha publicam matérias do exterior assinadas por um total de nove enviados especiais – não contam, portanto, as reportagens de seus correspondentes estrangeiros, nem os textos sobre assuntos externos escritos no Brasil, nem entrevistas feitas das redações pelo DDI.
Entre outros, são relatos despachados de Havana (naturalmente) a Lahore, no Paquistão, passando por Pristina, no Kosovo, e pelos cafundós do Afeganistão. Não é pouca coisa.
Outra boa notícia, confirmada hoje pelo Estado, é que a partir de março o jornal terá correspondente na China. Cláudia Trevisan, ex-Folha, será a sua representante em Pequim, onde já moureja, pelo Globo, o repórter Gilberto Scoffied Jr.
Significativamente, talvez, o anúncio do Estado saiu no caderno de economia.
P.S. Ainda o padre Júlio
Do ombudsam da Folha, Mario Magalhães, na edição de hoje:
‘Eu renovara recomendações para que a Folha reencontrasse o equilíbrio na cobertura sobre acusações contra o padre Júlio Lancelotti. Notícia ruim para ele tinha destaque; boa, não. Na sexta-feira, ocultou-se em rodapé de página a conclusão do Ministério Público de que o religioso foi vítima de extorsão, e não autor de crime.’
Confere com a nota ‘Escondendo (de novo) o padre Júlio‘, publicada aqui anteontem.