Tem nome de bloco de antigos carnavais cariocas o “novo” PFL: Democratas. Descendente em linha direta do “maior partido do Ocidente”, que é como o inesquecível governador mineiro Francelino (‘Que país é este?’) Pereira chegou a celebrar a Arena, esteio da ditadura militar, o Democratas colocou no topo de seu programa a defesa dos direitos humanos.
Pode?
O deputado Rodrigo Maia, presidente da sigla DEM, a ser sacramentada amanhã, apresenta o resto da fantasia do pefelê do século 21, em artigo na Folha de hoje.
”O Democratas”, escreve a certa altura o filho do prefeito Cesar Maia, “se propõe, desde já, a dizer o que pensa e o que quer, sem esperar que os marqueteiros indiquem truques oportunistas para atrair os eleitores”.
Como se o próprio nome, despojado do adjetivo “liberal”, já não fosse um truque oportunista para atrair certo tipo de eleitor.
O mais hilário, porém, vem em seguida:
“O Democratas”, diz o parlamentar, tem “apelo popular, de aliança social para apoiar os que vivem na miséria”.
Mas, pensando bem, por que não?
Se o presidente Lula disse outro dia que os usineiros eram “heróis”, por que o partido das velhas oligarquias nordestinas não poderia dizer que vem aí, heroicamente, para apoiar os que vivem na miséria?
O que, por sua vez, leva a perguntar se, no Brasil, o Carnaval não é mais sério do que a política.
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