Na edição de 28 de outubro – um domingo, quando roda mais de 300 mil exemplares – a Folha de S.Paulo deu na primeira página:
“Ex-interno diz que fazia sexo por dinheiro com padre” [ver neste blog o artigo “Sexo, dinheiro, padre: haja apelação’, em http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/blogs.asp?id=
{38F65FC2-152E-403C-B2D4-F9C1EC2CDEBC}&id_blog=3].
Hoje, quando informa, dentro, que “Polícia conclui que padre Júlio sofreu extorsão” e que “Fim do inquérito leva ao indiciamento dos quatro suspeitos, que estão presos”, pode-se ler na primeira página da Folha – nada, nem uma única palavra sobre o caso!
Para comparar. Naquele domingo, “Polícia vai pedir quebra de sigilo de padre Júlio” estava na primeira do Estado. Hoje, “Padre sofreu extorsão, conclui polícia”.
Já a omissão da Folha agrava retrospectivamente o sensacionalismo da chamada que no 28 de outubro fez desse jornalão um jornaleco.
A Folha se pavoneia de ter “o rabo preso com o leitor” – sinônimo em publicitês de independência. Mas a expressão “rabo preso” também significa o compromisso de servir o leitor, chamando a sua atenção para as principais verdades do dia.
Neste episódio, é de perguntar com quem ou com o que a Folha está de rabo preso. Com o leitor é que não é.