A Veja São Paulo mostrou na semana anterior ao Carnaval que em dez bares visitados por dois modelos adolescentes contratados pela revista, sete lhes serviram bebida alcoólica, embora isso seja proibido. A reportagem foi de Paola de Salvo. A reportagem da Veja São Paulo teve pouca repercussão na mídia. Ver “Álcool para menores, tema subestimado”.
No início do ano, por iniciativa da deputada estadual do PSDB paulista Maria Lúcia Amary, reeleita em 2006, foi aprovada lei, a ser regulamentada nas próximas semanas, que determina o fechamento dos estabelecimentos que o fizerem. A deputada diz que álcool é importante causa de mortes de jovens, em acidentes e em brigas, e aumenta o risco de contágio por doenças sexualmente transmissíveis. Mas a mídia, que para Amary tem a tarefa de divulgar a proibição e alertar para os riscos do consumo de bebidas, às vezes faz o contrário, como no programa Big Brother Brasil, da Rede Globo.
Maria Lúcia Amary relata que na campanha eleitoral do ano passado, em sua região eleitoral, Sorocaba – ela é mulher do ex-prefeito Renato Amary, hoje deputado federal pelo mesmo partido –, ouviu de um dono de bar onde entrou para pedir votos: “Eu não voto em você, porque você está fazendo um projeto que vai me tirar os clientes. Os menores são os que pagam na hora, porque eles pagam em dinheiro e não há anotação, porque é proibida a venda”.
Maria Lúcia Amary diz que rejeitou o voto do dono de bar: “Eu nem quero o seu voto, porque se você tem filho dessa idade e não tem essa consciência, não quero o seu voto. Assim como você está escolhendo o seu candidato, eu também posso escolher o meu eleitor e esse voto eu não quero, vai contra os meus princípios”.
A deputada sabe que se trata de uma batalha difícil. Sem mudanças culturais profundas, o comportamento leviano do dono de bar não se alterará. Mas isso não impede que se busquem medidas práticas, e a punição é uma delas, para desestimular o espraiamento do culto à bebida.
Eis a entrevista da deputada estadual.
Em Sorocaba, apenas umas notinhas em coluna política
Seu gabinete deu a sugestão e a Veja São Paulo fez uma boa matéria, mas ela teve muito pouca repercussão. Em Sorocaba, por exemplo, algum veículo de comunicação se interessou por esse tipo de problema?
Maria Lúcia Amary – Parece brincadeira o que você está falando, mas é uma realidade. Imagina, uma revista Veja, com o porte da revista Veja, de circulação nacional, fez uma matéria sobre isso porque reconheceu um problema que acontece [na mesma data, 14/2, havia na seção de cartas da Veja nacional menção a uma reportagem anterior da revista, “O álcool e o cérebro dos jovens”, de 6 de dezembro, e à nova lei]. Mas na mídia da cidade de Sorocaba e região foram notinhas de coluna política, um pedacinho, eventualmente uma nota um pouquinho melhor.
E pasme, porque na semana passada prenderam menores com bebida alcoólica no Carnaval de Sorocaba, chamaram a Polícia, e tudo, e não fizeram alusão, não utilizaram um projeto que já está em vigência e que já pode ser utilizado com punição.
Sorocaba tem jornal importante?
M.L.A. – Tem o Bom Dia, que é do grupo da TV TEM, afiliadas da Rede Globo, tem o jornal Cruzeiro do Sul, que é um jornal que tem mais de 90 anos, e o jornal Diário de Sorocaba. Tem três jornais.
E nenhum deles fez uma reportagem?
M.L.A. – Não. Com os níveis de violência, com de bebida, de acidente que estão acontecendo, eu acho que faltou um pouco até de responsabilidade social na informação.
E no mais, a repercussão midiática, digamos, ficou muito restrita, praticamente morreu ali.
Rádios paulistanas fizeram cobertura
Era um ponto de partida, talvez. A Veja São Paulo fez um teste muito simples e direto. “Bom, está aqui, vai lá e pede a bebida e vê se vão te servir”.
M.L.A. – Eu estou organizando um programa na TV Assembléia, que também tem uma audiência mínima, mas, por exemplo, as rádios da capital deram importância. Eu consegui falar com a CBN, na Band, na Record, em várias rádios, na Jovem Pan de São Paulo.
Gozado que os formadores de opinião, para quem essa legislação tem menos importância direta, tiveram um conhecimento razoável, pelo que eu percebi, mas quem precisa, quem seria o beneficiário direto da legislação, não teve o acesso necessário.
Conversando com um jornalista, ele falou: “Ah, então vocês vão começar pelos bairros da periferia?”. Eu falei: “Não, eu estou propondo fazer uma blitz nos lugares de grande concentração em São Paulo, onde a gente sabe que vendem bebida para menor”, e a * Veja detectou isso, que não é segredo para ninguém. Se conseguirmos umas duas, três punições, de fechar uns dois, três bares, isso se reflete na população.
Carro multiplica danos do álcool
Agora, classe média alta pode chegar e comprar quanta bebida quiser, tem carro, sai, provoca acidente, engravida menina. O pessoal da periferia, eles podem comprar uma ou outra pinga e acabou, não têm uma condição financeira de sair de carro. A classe média alastra muito mais as conseqüências da bebida. Não que a periferia não seja atingida, claro que é, mas o número de jovens que morrem de acidente de carro, por conta da bebida, é da classe média para cima.
Eles têm carros potentes, que correm muito e com a bebida, eles provocam acidentes.
É terrível. E o álcool é, talvez, a droga que provoque mais conseqüências danosas à população no Brasil.
M.L.A. – É, eu considero quatro fatores importantes aí, do ponto de vista social, que é uma coisa que pega muito para mim. Primeiro, libera a censura, então, a gravidez na adolescência, na juventude, acontece com um número alto de jovens, menina e menino, porque está sob efeito da bebida ou da droga.
Segundo, por conta do sexo sem cuidado, porque aí não usam camisinha, doenças sexualmente transmissíveis também podem acontecer.
Brigas de grupos, porque eles se sentem encorajados falsamente, pela reação da bebida e da droga, começam a brigar e um machuca o outro.
E o carro, que é o instrumento, é a arma do jovem que sai de moto ou de carro, morrem três, quatro de uma vez num acidente. Então, é uma coisa grave. Todo mundo tem perto de si alguém que sofreu uma dessas quatro conseqüências ali por perto. E a sociedade precisa se mobilizar com mais responsabilidade.
No Big Brother Brasil, álcool o dia inteiro
E a mídia é indispensável nisso.
M.L.A. – A mídia é fundamental. Mas veja a Rede Globo, o Big Brother é o dia inteiro com bebida em cima da mesa para os jovens. Eu acho um absurdo. Eu não assisto. Ligo para ver o que está acontecendo, preciso me informar porque eu lido com jovens.
Agora, eu vejo que é o tempo todo bebida, festas com bebida. Tem menina que bebe e depois passa mal lá, vomita e começa a ter relações estranhas dentro da casa. É um estímulo à bebida, porque a maioria é jovem que assiste esse programa. É uma estimulação constante.
E, na periferia, quais seriam as conseqüências?
M.L.A. – Na periferia, os contatos que temos nos dizem que eles vão muito para a linha do assalto, para a violência, às vezes, mais com arma branca do que propriamente com revólver, arma de fogo.
Não têm dinheiro para comprar revólver.
M.L.A. – É, não é com arma de fogo, são aquelas brigas de arma branca: faca, punhal; e violência da mesma forma e também estupro. Estupro, na periferia, acontece constantemente, dentro da própria casa.
Baile da faculdade de medicina: bebida free
E no interior, a senhora nota que tem havido… Essa recentíssima pesquisa que mostrou a violência no interior, eu já tinha recebido vários avisos de repórteres com os quais eu converso no interior, em Araçatuba, Araraquara, e eles dizendo: Olha, a situação aqui piorou muito em matéria de violência”.
M.L.A. – Piorou. [Em relação ao álcool,] quando eu vejo, eu denuncio, porque além de parlamentar eu sou cidadã, tenho essa responsabilidade civil, social, como qualquer cidadão. Então, por exemplo, uma vez eu vi, em Sorocaba, uma placa de um baile de calouros da Faculdade de Medicina, um outdoor escrito assim: “Bebida free”. Ou seja, tradução: “Beba de cair a noite toda”. Eu liguei para o promotor da Infância e da Juventude e falei: “Por favor, mande retirar esse outdoor, é um estímulo à bebida”.
Então, você já imagina, o estudante de medicina entra com essa prática já como calouro, quer dizer, bebida free. Esse tipo de coisa eu denunciei. O promotor lá tem compromisso com isso, mandou cobrir esse pedaço do outdoor.
Para você ver a estimulação: o jovem também recebe a conseqüência de televisão, eu vejo também novelas, os bares, por que não dão suco para tomar? Ou uma Coca-Cola, faça propaganda, pelo menos é refrigerante. Não, eles põem chope, cerveja, vodca.
O pior de todos é esse programa [Big Brother Brasil]. Eu acho uma estimulação constante, quer dizer, viver bem significa beber e outras coisas mais. Complicado.
Pautas desperdiçadas
Infelizmente ainda não fizeram o que em jornalismo se chama de suíte, quer dizer, vamos pegar e partir dessa pauta e fazer outras reportagens. Vou fazer no interior, vou fazer na periferia, isso seria o comportamento que eu consideraria razoável, porque a reportagem foi muito bem feita, ela é incontestável: ninguém inventou nada, ninguém está opinando, simplesmente pegaram os meninos e disseram: “Vai lá e pede bebida”, nem beberam, diga-se de passagem e a revista faz questão de dizer: “Eles não beberam”, os pais tinham conhecimento, a agência de modelos tinha conhecimento, só quem não tinha eram os donos dos bares, os funcionários ali no momento, e ficou muito claro que não existe a menor preocupação. Até culturalmente, se nós formos raciocinar numa linha mais abrangente, revelam-se fenômenos da sociedade brasileira de um profundo desapego, irresponsabilidade: “Eu não tenho nada a ver com isso, vou ganhar a minha vida e que se dane”.
M.L.A. – Deviam ter replicado essa matéria, porque uma Veja tem uma penetração muito grande. Eu consegui, o Diário do Comércio e Indústria fez uma matéria de capa, o Jornal da Tarde, num determinado momento, deu uma matéria pequena dentro, mas foram muito espaçadas e sem o chamamento necessário.
E quando a Paola [repórter da Veja São Paulo] falou: “Eu vou fazer uma matéria”, eu imaginava que 30%, 40% dos bares vendessem, quando ela fez essa pesquisa, você viu que foram 70%.
Foram sete em 10, para fugir um pouco dessas estatísticas que, às vezes, são enganosas. Outro dia fizeram uma reportagem sobre anorexia masculina, 60% dos internos nos leitos das Clínicas… mas era um total de 16 pessoas, algo assim.
Em bairros de classe média, bares têm retaguarda forte
M.L.A. – Se você vai à periferia, eu acho que não deve ter isso, porque a população de camada mais pobre, dono de bar, por incrível que pareça, parece que tem uma responsabilidade um pouco maior, não sei se me engano com isso.
Bom, com relação aos adultos, eu diria que não tem nenhuma, porque adulto bebe…
M.L.A. – Mas adulto é cada um dono dos seus atos. Eu tenho a impressão que se essa lei bate num bar de periferia, ele sabe que essa lei existe, chega ao conhecimento dele, ele não vai fazer como fazem os grandes, porque esses, que têm essas baladas dos Itains da vida, têm uma retaguarda muito grande atrás deles, têm um poder econômico muito forte e muita gente influente dando respaldo, muito freqüentador que vai ligar para o papai e pedir para não acontecer isso, porque a balada é legal.
Agora, se eu sou mãe de um filho que freqüenta um desses lugares e vejo uma Veja, eu vou ficar atenta ao comportamento, mas os pais parecem que não cumprem as responsabilidades deles.
E o Executivo, o que cabe ao governo estadual fazer e à prefeitura e é ou não feito?
M.L.A. – O Executivo tem a parcela dele de responsabilidade, que seria no cumprimento da lei, que está na alçada dele, então, fiscalizar. A fiscalização caberia a ele, ao Executivo.
Ressuscitar os comissários de Menores?
Isso está na Lei?
M.L.A. – Vai estar na regulamentação da Lei, como vai ser a operação dessa situação. Nós temos o Ministério Público, o promotor da Infância e da Juventude. Nós temos a Delegacia da Infância e da Juventude, nós temos os Conselhos Estaduais e Municipais da Criança e do Adolescente e as ONGs que cuidam disso.
Há muitos anos atrás havia os comissários de Menores. Uma idéia que surgiu de repente, que essas pessoas, às vezes, aposentadas, professores, poderiam até ter um nicho de voluntariado ou criar alguma parceria, que pudessem fazer esse papel de fiscalização nos lugares onde acontecem esses tipos de ação que a gente não quer que aconteça mais.
Eu tive um tio, o meu padrinho, que era comissário de Menores, ele ia aos lugares, mostrava aquela carteirinha e já aterrorizava. Quer dizer, eu tenho a impressão de que hoje, se alguém chegar e mostrar a carteirinha, apanha de todos os jovens que estão lá e mais do dono do estabelecimento.
É preciso fiscalizar
E dos garçons, do pessoal da rua, até da PM é capaz de apanhar.
M.L.A. – O mundo mudou um pouco os conceitos. Nós precisamos fazer algumas regras na sociedade, através de ações. Agora, eu estou planejando fazer uma blitz, principalmente com promotor e Conselho da criança, eles precisam ser mais ativos.
Todo mundo briga para ser presidente do Conselho, que é um cargo voluntário, bate até chapa, eu acho até estranho, e na hora, alguns agem com muita responsabilidade, mas tem uns que têm medo de agir, porque em cidades do interior é muito complicado: todo mundo é ligado a alguém.
Nós temos que ter no Executivo parcerias com as Prefeituras, para que as Prefeituras possam fiscalizar. E qualquer um de nós pode fazer isso. Você está num lugar, está vendo que tem um menor bebendo, liga 190 e chama a Polícia.
Isso, por exemplo, não saiu na reportagem.
M.L.A. – Uma repórter perguntou isso para mim outro dia e por isso que eu me lembrei. Na hora eu falei: “Chama a Polícia. Todo mundo tem condição de pôr uma ficha no orelhão”. O 190 nem precisa de ficha, até na periferia tem um orelhão em cada esquina, se não estiver quebrado, é só ligar.
Na periferia o que está quebrado é a Polícia, ela não vai chegar, mas tudo bem. A periferia não existe para a Polícia, para o governo. Existe só quando dá muito problema ou na hora de buscar voto, aí existe.
M.L.A. – É bem isso. Mas eu não estou preocupada comigo, até porque esse projeto foi bom, foi votado depois da eleição e sancionado depois da eleição, para não parecer que eu estava usando politicamente um projeto de alcance social, e eu estou muito à vontade, fui reeleita e começo meu mandato em março e acho que agora é o momento de parecer muito mais sincero de um trabalho forte em cima desse projeto, porque as pessoas têm esse preconceito contra os políticos, natural.
E nós sabemos que essa é uma hora boa, este é um ano de entressafra, sem eleição, ano bom para as pessoas entenderem que nós queremos mudar um pouco o comportamento da sociedade e resgatar os jovens do índice alto de mortes. Você viu essa pesquisa: de 15 a 24 anos, maior índice de mortes.
E uma parte certamente atribuível à ingestão de álcool.
M.L.A. – Álcool e droga.
Dono do bar é responsável, mesmo que não venda droga
Droga, outras drogas, drogas ilegais, certamente, o estabelecimento pode até saber, mas não fornece. Ele até sabe que alguém ali fornece, dificilmente um dono de um estabelecimento desse ignora que tem um traficante ali do outro lado da rua ou até que um de seus freqüentadores pode ser traficante, mas ele não fornece. Agora, o álcool é ele que fornece.
M.L.A – Mas no meu projeto diz assim: “…vender ou permitir a venda dentro do seu estabelecimento”, então, ele abrange esse tipo. Eu pensei nisso também. “Não, eu não tenho nada com isso”, “Tem sim, permitir a venda”. No momento em que ele está vendo e não toma providência, ele é cúmplice daquela ação.
Preferem menores, que pagam em dinheiro, na hora
Dentro da casa dele, ele é responsável.
M.L.A. – Eu tive muito problema na minha campanha eleitoral, por incrível que pareça, pasme, em alguns bares que entrei para fazer campanha na minha região, teve um dono de bar que falou: “Eu não voto em você, porque você está fazendo um projeto que vai me tirar os clientes, mas os menores são os que pagam na hora, porque eles pagam em dinheiro e não há anotação, porque é proibida a venda”.
Olha a falta de consciência. Eu disse: “Eu nem quero o seu voto, porque se você tem filho dessa idade e não tem essa consciência, não quero o seu voto. O seu voto, para mim, é uma coisa ruim. Assim como você está escolhendo o seu candidato, eu também posso escolher o meu eleitor e esse voto eu não quero, vai contra os meus princípios”.
Esse é um dado muito interessante e que dá uma boa pauta: o jovem paga na bucha, porque tem que pegar ou largar.
M.L.A. – “É o meu melhor cliente, paga na hora”, ele falou. Por que dá crédito para o menor? Tem isso, eu vou lembrando de algumas situações… e ele com o dedo no nariz: “E saia daqui, você é nociva, porque você está querendo acabar comigo”. Então, é falta de consciência.
Qual é a previsão com relação à regulamentação?
M.L.A. – A Lei tem um prazo, depois de sancionada, de 60 dias. Teoricamente, se cumprido o prazo, porque não é aquela coisa fatal, seria no dia 20 de março.
Regulamentação deve aperfeiçoar a lei
Quem faz a regulamentação é o Executivo?
M.L.A. – É o Executivo, é a assessoria do governador [José] Serra, mas na minha justificativa eu já pus algumas informações que podem facilitar a regulamentação. Nós temos tido contato, no sentido de dar sugestões, porque a gente vai ouvindo e vai tendo coisas para acrescentar, nenhum projeto é perfeito. Temos tentado ver se na regulamentação nós podemos fechar bem, para não ter vácuo, porque o brasileiro é assim: tem essa lei, ao invés de pensar o que eu tenho que cumprir, não, como é que eu posso fazer para burlar?
Apesar de ser um assunto altamente relevante e da maior gravidade. Inclusive, o homem, no fundo, ele é uma pessoa de visão curta, porque se o jovem sobreviver, talvez possa ser um cliente no futuro, mas se não sobreviver, não vai ser cliente, não vai ter filho, não vai ter nada.
M.L.A. – Pensar curto e irresponsável. E foi bom, porque por sorte dele, eu não vi nenhum menor ali, senão seria tudo de bom dar um flagrante nele.
(Transcrição de Raiana Ribeiro.)