As manchetes de hoje demonstram alta ansiedade sobre o excesso e a falta de elogios que o presidente da República concede a seus ministros.
Com exceção da Gazeta Mercantil e do Valor Econômico, todos os demais jornalões – Folha de S.Paulo, Jornal do Brasil, O Estado de S.Paulo e O Globo – tratam da pinimba entre os ministros Dilma Rousseff e Antônio Palocci.
O Estado de S.Paulo não se atém apenas ao desequilíbrio dos afagos presidenciais, e reproduz relatório da Casa Civil, no qual a pasta comandada por Dilma Rousseff critica o ‘estrangulamento’ que o ministério de Palocci submete os demais com a liberação em conta-gotas dos recursos previstos no Orçamento da União. Todos os demais refletem ansiedade do porquê o presidente da República massageou o ego da ministra, mas não fez qualquer menção ao ministro. Lula fez seis elogios a Dilma Rousseff e nenhum a Antonio Palocci, resumem, conduzindo para a conclusão de que o presidente pende para o lado da ministra no debate sobre política econômica.
A ansiedade criada pelo excesso ou falta de menção aos ministros deriva, em boa parte, como se verá a seguir, do hábito da imprensa de apimentar declarações de terceiros para, em seguida, comentar ou repercutir sobre a versão condimentada.
O noticiário sobre a dissidência entre os dois ministros nasceu na entrevista concedida pela ministra ao O Estado de S.Paulo, dia 9 de novembro passado. Desde então, duas palavras foram pinçadas da entrevista da ministra concedida às repórteres Suely Caldas, Patrícia Campos Mello e Renée Pereira: ‘desqualificado’ e ‘rudimentar’.
A palavra ‘desqualificado’ não está contextualizada nas perguntas e respostas da entrevista, e aparece na abertura da reportagem da seguinte maneira:
‘A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou ontem que o plano de ajuste fiscal de longo prazo proposto pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, é ‘rudimentar’, não está sendo discutido no governo e o presidente Lula o desconhece. ‘Esse debate é absolutamente desqualificado, não há autorização do governo para que ele ocorra’, disse Dilma, em entrevista exclusiva ao Estado.
(…)
Nas últimas semanas, Bernardo vem discutindo um plano que prevê rígido controle dos gastos públicos por um período superior a cinco anos e elevação do superávit primário. O objetivo seria chegar a uma queda sustentada dos juros e ao aumento dos investimentos em infra-estrutura. ´Essa versão (de que existe uma discussão) é absolutamente fantasiosa. Se alguém quiser fazer esse processo de ajuste, terá de apresentar e passar por todos os trâmites´, disse Dilma.’
A palavra ‘rudimentar’ apareceu no seguinte diálogo entre ministra e as repórteres:
: Recentemente, houve uma reunião com o ministro Antonio Palocci para discutir o novo plano de ajuste fiscal de longo prazo, proposto pelo ministro Paulo Bernardo…
‘Estado
Dilma Rousseff: Essa discussão não está posta no governo. O que foi apresentado é bastante rudimentar, nós não consideramos que essa discussão teve início e transitou no governo. Não é considerada em andamento, não foi levada ao conhecimento do presidente. O fato de eu e mais três ministros tomarmos conhecimento não significa que existe discussão. Não existe proposta concreta. Eu acho que nem existe a colocação de um conceito de ajuste fiscal no Brasil.’
Já no dia seguinte – no processo de metamorfose que perdura até hoje – a repercussão sobre as declarações de Dilma Rousseff apresentou as seguintes variações:
Folha de S.Paulo, 10/11
Palocci critica Dilma e diz que crise pode levá-lo a deixar cargo, reportagem de Kennedy Alencar
‘Na entrevista, Dilma classificou de ´rudimentar` a proposta de ajuste fiscal de longo prazo capitaneada pelo ministro Paulo Bernardo (Planejamento) com o apoio de Palocci…’
O ministro Palocci aparece dando ‘apoio’ à proposta que sequer é considerada ‘em andamento’ na entrevista.
Folha de S.Paulo, 10/11
Rudimentar, coluna Opinião, assinada por Eliane Catanhêde:
‘Dilma Rousseff arrasou na entrevista publicada ontem pelo ´Estado de S. Paulo´, em que classificou de ‘rudimentar’ o plano de ajuste fiscal de longo prazo proposto pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, com o beneplácito do ministro da Fazenda, Antonio Palocci.’
Aqui, o plano também é dado como pronto e acabado e conta com o ‘beneplácito’ de Palocci.
Valor Econômico, 10/11
Conflito com Dilma recrudesce ameaça de Palocci deixar governo
‘A gota d´água para o desânimo de Palocci foram as críticas feitas pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, à política econômica e ao programa fiscal de longo prazo que ele e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, vêm elaborando. Ontem, em entrevista a ´O Estado de S. Paulo´, Dilma disse que a proposta é ´rudimentar` e que o debate é ´desqualificado´.’
Palocci ganha a co-autoria do projeto. Os adjetivos rudimentar e desqualificado são postos em seqüência como se o debate sobre o ajuste fiscal como é ‘desqualificado’ como um todo.
O Globo, 10/11
Guerra aberta, coluna Panorama Econômico, assinada por Miriam Leitão:
‘Em resposta à ministra Dilma Rousseff, que chamou de ´rudimentar` a proposta de um ajuste fiscal de longo prazo, o ministro Paulo Bernardo disse que se sente obrigado ´a pensar o Brasil´. Diz que sabe que ´tem de combinar com os russos, como diz a ministra Dilma, mas o desafio é esse´.
‘Numa entrevista publicada ontem no ´Estado de S.Paulo´, a ministra Dilma Rousseff voltou a atirar contra a equipe econômica, de quem ela se disse, na ´Folha de S.Paulo´, ´o contraponto´. A ministra-chefe da Casa Civil disse que o debate sobre ajuste fiscal de longo prazo é ´desqualificado´. A proposta dos ministros Paulo Bernardo e Antonio Palocci é pôr um limite ao crescimento das despesas correntes. Para ela, ´despesa corrente é vida´.’
Mais uma vez, a proposta é apresentada como pronta e acabada, e o debate é ‘desqualificado’ como um todo, e não porque está restrito à ministra e a ‘três ministros’, como ela diz na entrevista.
O Globo, 10/11
Palocci na berlinda, coluna de Merval Pereira:
‘Mas a ministra Dilma Rousseff não teve o mesmo cuidado ao atirar sem piedade na proposta de um plano de ajuste fiscal de longo prazo que vem sendo elaborado pela equipe econômica. Embora coordenado pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, o plano tem a assinatura do ministro Palocci, que já havia afirmado em discurso em uma assembléia do PT que o ideal seria que tivéssemos um superávit fiscal de 4,25% pelos próximos dez anos.
‘Dilma, em entrevista ao ´Estado de S. Paulo´, desqualificou os autores da proposta, dizendo que estavam baseando suas afirmações ´em planilhas´, esquecendo-se da vida real, e classificou o plano de ´rudimentar´, afirmando que nem o encaminhara ao presidente Lula porque não tinha as condições mínimas para um início de discussão dentro do governo.’
Aqui, a desalmada ministra exterminou a proposta, mais uma vez dada por concluída. De quebra, não é mais o debate que é desqualificado, mas sim ‘os autores da proposta’.
O Estado de S.Paulo, 11/11
Guerra à austeridade, editorial
‘Vem aí um ano de gastança eleitoral, a julgar pela encarniçada resistência, dentro do governo, à proposta de ajuste fiscal de longo prazo apresentada pelos ministros do Planejamento, Paulo Bernardo, e da Fazenda, Antonio Palocci. A oposição ao plano é liderada pela chefe da Casa Civil da Presidência da República, ministra Dilma Rousseff, integrante do grupo mais envolvido no projeto de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
‘Ao usar as palavras ´rudimentar` e ´desqualificada` para classificar o plano e sua discussão, a ministra levou a polêmica a um nível inaceitável em qualquer governo razoavelmente organizado – a menos que tenha refletido, em suas declarações ao Estado, publicadas na quarta-feira, a posição do presidente Lula.’
Da conclusão que o plano ‘rudimentar’ está concluído, o jornal deduz que haverá ‘gastança’ em 2006, ano eleitoral.
O Estado de S.Paulo, 11/11
Lula ordena fim do fogo amigo para segurar Palocci no cargo, reportagem de Vera Rosa
‘Na tentativa de conter o fogo amigo para baixar a temperatura da crise, o presidente também pediu à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que não faça mais críticas ao ajuste fiscal de longo prazo e ao aumento do superávit primário.
‘A ordem de Lula é para que tanto Dilma como Palocci parem com a guerra. ´Já temos muitos problemas´, afirmou o presidente. Em entrevista ao Estado, Dilma deu várias estocadas no plano de ajuste proposto pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Chamou o plano de ´rudimentar` e disse que esse debate é ´absolutamente desqualificado´. ´Para a dívida pública não crescer, é preciso ter uma política de juros consistente, porque senão você enxuga gelo seco´, comparou a ministra, provocando a ira de Palocci.
‘Sucessora de José Dirceu na Casa Civil, Dilma desculpou-se com Palocci e Bernardo, alegando que se expressou mal. Conhecida como dama de ferro, ela afirmou que, quando falou em ´rudimentar´, quis dizer ´incipiente´. Mas o estrago já estava feito.’
Com a crise fervendo, a ministra justifica-se dizendo que errou de adjetivo. A repórter pegou na veia, pois o ministro citaria, cinco dias depois, na audiência ao Senado, que ‘não estamos enxugando gelo’.
O Estado de S.Paulo, 11/10
Ministra diz a Bernardo que está sentida ´com tudo isto´, reportagem de Christiane Samarco:
‘A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, procurou o colega do Planejamento, Paulo Bernardo, para explicar o tom agressivo de suas críticas. Ela qualificou a política de Bernardo de ´rudimentar´. Em encontro rápido com o ministro, Dilma revelou que está ´sentida com tudo isto´, referindo-se ao adjetivo que ela própria usara em sua entrevista ao Estado. ´Achei ruim mesmo…. Precisamos conversar´, respondeu o ministro do Planejamento, sem dar prosseguimento ao assunto.
‘Um petista com trânsito no Congresso, que acompanha cada lance da rusga entre os dois ministros do partido, diz que não foi por acaso que Paulo Bernardo se recusou a responder à ministra.
‘Segundo este parlamentar, o alvo de Dilma na verdade não era o ministro do Planejamento, mas Antonio Palocci, da Fazenda, principal alvo das denúncias neste momento. Por isto, Bernardo não teria tirado satisfação com a companheira de ministério nem tampouco ficara ressentido com ela. A quem o procurou para falar do assunto, o ministro disse apenas que Dilma fora infeliz em suas colocações. ´A gente briga muito, mas é briga de amor´, brincou ele ontem.
‘Bem humorado, Bernardo é defensor da tese de que o governo pode compatibilizar uma política fiscal austera com um maior grau de execução orçamentária e um maior atendimento às demandas do Congresso’.
Aqui, ‘um petista’, parlamentar, esclarece que o alvo não é Paulo Bernardo, mas Palocci. A política do ministro do Planejamento, e não o projeto, que é ‘rudimentar’.
O Globo, 11/11
Risco fiscal, coluna Panorama Econômico
‘Na quarta-feira Palocci conversou logo cedo com a ministra Dilma Rousseff. Disse que com a entrevista em que chamou de ´rudimentar` a proposta de ajuste de longo prazo ela tinha exposto uma fissura interna do governo em relação à política econômica e criara uma tensão desnecessária. A ministra argumentou que não tinha noção de que a entrevista teria essa repercussão e admitiu ter sido infeliz em algumas expressões. Palocci pediu que ela conversasse com o ministro Paulo Bernardo para que não ficasse desentendimento. Ela ficou de ligar de manhã, mas não ligou. Paulo Bernardo e Dilma só foram conversar à noite. Ela não se explicou, apenas lamentou a repercussão.
‘O debate que a ministra Dilma Rousseff acha rudimentar está baseado em um fato concreto, começou há bastante tempo, e dele participou o presidente da República.’
A coluna acrescenta que o presidente da República sabia do debate ‘rudimentar’. Na entrevista, a ministra disse que Lula ‘desconhece’ o projeto.
Veja, 16/11
Fecha-se o cerco contra Palocci, reportagem de Policarpo Jr. e Marcelo Carneiro
‘O ministro Antonio Palocci escorregou para o centro da crise que açoita o governo há seis meses – e chegou aí por dois caminhos distintos. Primeiro, atingido pelo fogo amigo, disparado pela ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada na quarta-feira passada, a ministra chicoteou a política de superávit primário alto, classificando-a de ´rudimentar´, e declarou que o país precisava reduzir a taxa de juros para ´sair do atoleiro´.’
De novo, não é o debate, mas sim a política de superávit primário que é ‘rudimentar’.
O Globo, 12/11
Os espantos, coluna Panorama Econômico
‘A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, sustentou que tropeçou apenas em uma palavra, ao explicar por que atingiu os colegas. Falou rudimentar no sentido de incipiente. Rudimentar é primitivo, tosco; incipiente qualifica o que está no começo. Mas, que fique o incipiente pelo rudimentar; o problema é onde pôr todas as outras palavras usadas por ela, substantivas, adjetivas e verbais, com as quais disse, em duas entrevistas e um jantar com políticos, que o ministro da Fazenda estava errado.
‘Diante dos ataques públicos ao seu ministro da Fazenda, que já está enfrentando um duro momento, o presidente Lula decidiu resolver tudo. Chamou Palocci e Dilma e deu uma bronca em ambos. Não resolveu coisa alguma. Palocci, que não respondeu publicamente a Dilma, nem a qualquer outro colega que o tenha criticado nesses 33 meses de governo, ficou mais fraco depois desta semana. Até porque o país ficou sabendo que a chefe da Casa Civil discorda inteiramente dele, acha que sua política é equivocada, conservadora, que ele só ouve sua igrejinha, que apóia idéias rudimentares, que está impedindo o Brasil de crescer.’
A palavra rudimentar ganha o plural e maior alcance.
Jornal do Brasil, 15/11
Levy sem destino certo, reportagem de Silmara Cossolino
‘Palocci também sofreu, na semana passada, duras críticas da ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, sobre a maneira como conduz a política econômica e seu plano de ajuste fiscal. Dilma afirmou que a política fiscal implementada pelo ministro da Fazenda é ´rudimentar´. A virulência das críticas repercutiu mal e a ministra acabou se retratando posteriormente, mas deixou clara a existência de cisões profundas na cúpula do governo federal.’
O ministro Paulo Bernardo desaparece e o que passa a ser ‘rudimentar’ é a condução da política econômica e o plano de ajuste fiscal, ambos atribuídos como de autoria exclusiva de Palocci.
Valor Econômico, 16/11
Saldo possível da crise: saída mais ortodoxa, coluna assinada por Cristiano Romero
‘Cobrada internamente a dar explicações sobre os ataques desferidos contra a área econômica, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse ter criticado ´apenas` o programa fiscal de longo prazo em gestação no Ministério do Planejamento. Não é verdade. Dilma atirou na proposta e em dois dos três fundamentos da política econômica: os juros e a condução da área fiscal.
‘É evidente que a política econômica é passível de críticas. Na segunda-feira, o ex-presidente do Banco Central Afonso Celso Pastore, em artigo publicado no Valor, afirmou que existem todas as condições para o Comitê de Política Monetária acelerar a queda dos juros. O que é incompreensível é que, no momento em que o governo se encontra mais fragilizado, a chefe da Casa Civil critique publicamente a gestão econômica, usando adjetivos como ´rudimentar, fantasioso, desqualificado´.’
Esculhambou geral. A qualificação original do projeto e todos os adjetivos ditos pela ministra na entrevista são transferidos para a ‘gestão econômica’.
O Estado de S.Paulo, 18/11
O insulto nosso de cada dia, coluna assinada por Dora Kramer
‘A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, chama de rudimentar um plano de ajuste fiscal elaborado pelos Ministérios da Fazenda e do Planejamento – supostamente com conhecimento e autorização do presidente da República – e o gesto não merece reparo explícito.
‘Ao contrário, Palocci foi instado a ´parar` com a briga.’
Uma semana antes, o mesmo jornal publicara: ‘Na tentativa de conter o fogo amigo para baixar a temperatura da crise, o presidente também pediu à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que não faça mais críticas ao ajuste fiscal de longo prazo e ao aumento do superávit primário. A ordem de Lula é para que tanto Dilma como Palocci parem com a guerra’.
O Estado de S.Paulo, 18/11
Em discurso, presidente elogia ministra três vezes e não cita Palocci, reportagem de Tânia Monteiro, Vera Rosa e Leonencio Nossa
‘Na semana passada, Dilma criticou, em entrevista ao Estado, o plano de ajuste fiscal de longo prazo proposto por Palocci, que chamou de ´rudimentar´. Na CAE, Palocci não deixou por menos: disse que a colega estava ´errada´. Ela telefonou ontem logo cedo para o ministro e o cumprimentou pelo depoimento. Embora Lula diga que não viu nada, assistiu a parte da sessão em seu gabinete, ao lado de Dilma, que na noite de quarta-feira saiu do Planalto por volta das 23h30.
‘No telefonema, Dilma ponderou que entendia as declarações feitas por Palocci, rebatendo suas opiniões sobre equilíbrio fiscal e superávit.
‘A ministra comentou que ele precisava ´marcar posição´.
‘A portas fechadas, antes da cerimônia, Lula ficou contrariado com notícias de que não tinha mostrado solidariedade a Palocci, em discurso no dia anterior. ´Eu só tenho feito defender Palocci´, argumentou. Mais tarde, abordado por repórteres, ele não repetiu a afirmação. Indagado se apoiava a política econômica do ministro, o presidente, que já se retirava, não respondeu.’
O Estado de S.Paulo, 18/11
Relatório de Dilma a Lula: ação de Palocci pára ministérios, reportagem de Roldão Arruda:
‘Poucos dias antes de classificar como rudimentares as propostas de ajuste fiscal feitas pelo ministro Antonio Palocci e desencadear nova crise no governo, a ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, tinha levado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um relatório mostrando como a Fazenda estaria estrangulando as atividades de outros ministérios – com sua política de liberar verbas orçamentárias a conta-gotas.’
Nos dois exemplos acima, o mesmo jornal que publicou a entrevista original atribui a Palocci a autoria isolada do plano de ajuste.