Leitor, não perca a entrevista que Wladir Dupont fez para o Observatório com José ‘Pepe’ Martínez: ‘Jornalista mexicano vai fundo na sujeira‘.
Importantíssimas questões da ligação entre crime, política e jornalismo estão colocadas de maneira direta, crua. Dá vontade de ler livros de Martínez. Principalmente a biografia de Carlos Slim, empresário cada vez mais presente no Brasil. Vai sair em português, anuncia Wladir.
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Imagens perdidas da feiúra urbana
Quantas pautas perdidas nessa operação de limpeza das fachadas urbanas da prefeitura de São Paulo… Quanta imagem a ser feita… Mas temo que a falta de vontade de mostrar a feiura da cidade refreie pauteiros e editores. Será que gostariam de mostrar o que a poluição escondia? Mas ao menos um documentário poderia ser feito sobre esse momento espetacular na vida da cidade.
A propósito, Abilio Estevez escreve no livro Os Palácios Distantes que muitos cartazes gigantes de louvor à revolução cubana são usados em Havana para esconder fachadas arruinadas. No livro, são prédios que não têm mais a menor condição de habitação e também não foram ou não podem ser demolidos (tombados pelo Patrimônio Histórico).
Como diria Fidel, do limão se faz uma limonada. Não sei se é verdade ou invenção ficcional. Mas bene trovata, em todo caso… Quem já visitou Havana sabe que é bem plausível.
É curioso esse paralelo entre fachadas arruinadas no socialismo miserável cubano e fachadas arruinadas no pré-capitalismo paulistano, supostamente opulento, mas que mantém segregadíssimo o povão.
Ruas que foram referência da cidade durante muitas décadas, naquilo que os tecnocratas chamariam de ‘Centro expandido’, exibem agora feridas que andavam escondidas por anúncios (fora dele é ainda pior). Mas aqui os proprietários da maior parte dos imóveis têm recursos para botar em dia a fachada. Algo que está na lei da cidade, por sinal.