Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Dossiês de torturadores removidos de site

O site do Grupo Tortura Nunca denunciou no dia 15 de junho um ataque de ‘hackers’ à página intitulada ‘Denúncias’ do site do grupo: ‘Informações sobre os militares brasileiros que receberam treinamento na ´Escola das Américas´, os dossiês de alguns torturadores denunciados no ´Projeto Brasil Nunca Mais´, elaborado pela Arquidiocese de São Paulo e divulgado pelo GTNM/RJ, além de outras informações sobre violadores de direitos humanos, foram apagadas’, diz o texto. A notícia foi dada hoje (19/6) pelo jornal inglês The Guardian.


Segundo o Tortura Nunca mais, ‘ação como esta que tem como objetivo principal a intimidação e a censura deve ser repudiada, é uma tentativa desesperada de impedir a divulgação de atos indignos, de produzir o esquecimento e de perpetuar o silêncio sobre fatos que ocorreram num passado recente e que ainda hoje continuam acontecendo. Entendemos que, além do repúdio e da indignação que esses fatos causam, torna-se necessário trazê-los ao conhecimento de toda a sociedade. Queremos tornar público, e em especial para aqueles que se julgam senhores e donos da história do Brasil, que não nos calaremos, não nos intimidaremos. Continuaremos afirmando nossa luta no sentido de trazer para o conhecimento de todos as violações de direitos humanos cometidas em nome da segurança nacional e as que ainda hoje ocorrem em nome da governabilidade’.


Segundo o Guardian, a lista, com cerca de 40 dossiês sobre a vida atual e local de residência de supostos torturadores, foi substituída pela frase ‘O Brasil é o melhor, f… todos os outros’. Cecilia Coimbra, vice-presidente do Tortura Nunca Mais, disse ao jornal que ‘o Brasil é o país latino-americano em que houve ditaduras mais atrasado não apenas em resgatar [a memória do que aconteceu], mas também no que diz respeito a reparações.