No último fim de semana os jornais acharam que já era hora de apurar como é que as crianças acompanham e ‘vivenciam’ a tragédia de Isabella. E aproveitaram para perguntar a psicólogos e educadores o que os pais e professores deviam ou não deviam fazer para ajudá-las a enfrentar o horror a que a TV as expõem e que se tornou, também para elas, o centro das atenções.
Ontem, os repórteres Gilberto Amendola e Vitor Hugo Brandalise tiveram a sorte de estar no lugar certo, na hora certa, e a sensibilidade para registrar como essas funcionam na vida real. Deu no seguinte, como saiu no Estado de hoje:
Vestindo um uniforme escolar e carregando uma mochila nas costas e uma pasta cor-de-rosa nas mãos, Fernanda (nome fictício), de 8 anos, estava parada em frente ao edifício Bragança da Serra, na Rua Dr. Timóteo Penteado, em Guarulhos, na Grande São Paulo [onde mora o pai da madrasta de Isabella] Ao perceber a movimentação dos repórteres, a menina repetia: ‘Tem que ´lixar´, tem que ´lixar´.’ Perguntada sobre o significado de ´lixar´, ela respondeu. ‘Minha mãe disse que ´lixar` (linchar) é bater no pai da Isabella.’
Bater até matar, naturalmente.