Todo mundo já deve ter notado que neste blog há muito mais informação sobre o que acontece nos Estados Unidos do que no Brasil. Não é uma opção ideológica, mas sim prática. Há muito mais informação sendo produzida lá por jornalistas/blogueiros do que aqui. Até agora os profissionais brasileiros, com exceção de uns dez casos, não incorporaram à sua rotina a produção independente de informações através de weblogs. Quem participa de listas de discussão como a Jornalistas da Web constata que há um grande interesse a uma razoável participação, principalmente de alunos ou recém formados. Mas os temas mais discutidos ainda são questões pontuais como obrigatoriedade de diploma, credibilidade da web, conselho federal de jornalistas e ofertas de emprego. Nada contra este tipo de debate, mas o que está faltando mesmo são iniciativas concretas de criação de blogs como o de Cristina Dissat que foi buscar o seu nicho informativo na observação de jogos no estádio do Maracanã, no Rio. É aí que fica clara a diferença com os norte-americanos. Lá o pessoal usa a Web como arena informativa. Pode-se achar de tudo e com isto acaba surgindo a troca de pesquisas, de experiências e de conhecimentos. Há tempos Pedro Doria, no seu blog perguntou porque não há weblogs informativos no Brasil. A indagação continua sem resposta e não deveria continuar assim. Buscar informações na blogosfera norte-americana é uma das formas de procurar mostrar que é possível criar algo parecido no Brasil. Apesar da enorme exclusão digital no Brasil, o número de pessoas e de jornalistas que tem acesso à banda larga aqui já daria para termos um razoável nível de intercâmbio independente de informações e experiências sobre jornalismo online, tanto no formato profissional como no amador. Lá são 60 milhões com acesso à banda larga, aqui são magros três milhões. Se 50 destes usuários brasileiros resolverem produzir informação por conta própria, estaremos criando o embrião do tão badalado jornalismo cidadão colaborativo.