Sob o título ‘Marido de Marta Suplicy nega operar conta no exterior para PT’, a Agência Estado divulgou esta tarde uma nota em que Luís Favre, o marido, chama de ‘mentirosa, fantasiosa e difamatória’ matéria do Correio Braziliense de domingo.
A matéria diz que o doleiro Antonio Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona, apontou Favre como um dos operadores de suposta lavagem de dinheiro montada por dirigentes petistas e membros do governo.
Segundo a agência, citando a reportagem, Felipe Belizário Wermus, ‘nome de batismo de Favre’, utilizava seus passaportes argentino e francês na operação ilegal. E mais:
Por meio de quatro bancos – Barnet, First Union, Commercial e Republic – e por contas numeradas no JP Morgan, BankBoston e Citibank, uma offshore de nome OBHC emitia ordens de crédito ao MTB de Nova York, onde uma conta numerada seria movimentada a mando de figuras influentes no PT e no governo federal – entre eles, o ex-tesoureiro Delúbio Soares…
Pois bem. Se o que está na nota de Favre é verdade, o Correio atentou inacreditavelmente contra um dos mais elementares princípios da ética jornalista. Eis o que ele escreve: ‘Não fui procurado pelos autores da matéria, Ugo Braga e Lúcio Lambranho, nem por outro jornalista do Correio Braziliense para falar desse assunto.’
Custa crer que o acusado de tão gravíssima denúncia não tenha sido confrontado com o que se disse dele para que pudesse dar a sua versão dos fatos – o proverbial ‘outro lado’. Repito: se o que está na nota de Favre é verdade, o Correio levou ao fogo a sua credibilidade.
Em nome dos leitores deste blog, rogo ao editor do jornal, que tenho por homem de bem, que esclareça esses pontos cruciais: Favre foi procurado? Foi localizado? Em caso positivo, teve conhecimento da matéria em preparo? Em caso negativo, por que isso não constou do texto?
E se o que está na nota de Favre é verdade, o que fará agora o Correio?
A Luís Favre, uma pergunta: por que esperou três dias para se manifestar?