O Caderno B do Jornal do Brasil e o suplemento Idéias & Livros conservam o hábito salutar, que deveria ser imitado alhures, de dar opiniões independentes sobre a produção editorial brasileira. Evitar ser apenas um elo no esquema de divulgação das editoras. Bom exemplo é o artigo de Alvaro Costa e Silva publicado na capa do Idéias de sábado passado. Insurge-se contra a mania de vender best-sellers de grande peso… em gramas. A certa altura, referindo-se ao romance de estréia de Elizabeth Kostova, O Historiador, 544 páginas, escreve: “O release da Objetiva informa que O Historiador consumiu dez anos de pesquisa da autora. Se ela [Kostova] tivesse consultado The vampire book (uma mini-enciclopédia sobre o tema que tem, inclusive, tradução no Brasil, como O Livro dos Vampiros, com 1.018 páginas), teria poupado muito tempo. Quem sabe o teria utilizado na redução de seu próprio livro. Detalhe: Drácula, em corpo e dentes, só aparece mesmo na página 450. Além da narrativa propriamente dita que não esconde a influência de J.R.R. Tolkien – aquela lenga-lenga de violões e locais fantásticos com direito a mapa, dragões e elfos, cavaleiros de alma pura, luta de espadas (eu, hein!), inesperadas revelações, uma linda donzela…”, etc. O texto pode ser lido em:
http://jbonline.terra.com.br/jb/papel/cadernos/
ideias/2005/09/23/joride20050923001.html