Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Formatos de entrevistas

O leitor Flavio Lopes escreveu um comentário interessante, embora em termos que não subscrevo (‘máfia jornalística’):


‘Tive a oportunidade de constatar o que disse o Beto [clicar em ‘Ver comentários] ao assitir a uma entrevista do Brizola, ainda no segundo reinado de S.M FFHH, logo na semana seguinte a uma do Pedro Parente. Na entrevista do Parente (parecia até parentesco de sangue), só se deixava a bola quicando na marca do pênalti pro cara chutar. Na do Brizola, a máfia jornalística, ensaiada, caiu de pau em cima. O bom é que o velho Briza, mais esperto, deu um nó na máfia e se saiu muito melhor que o Parente, com toda a ajuda dos jornalistas. No dia, fiz esse comentário por e-mail e a bem da verdade, registro aqui que o Markun, talvez saudoso do seu passado de esquerda, leu no ar.’


Sugeriu-me o seguinte comentário ao comentário: 


Leonel Brizola tinha muitos defeitos como político e como governante, mas foi um ás da palavra, sozinho ou em debate. Acho que o Homero Icaza Sanchez dizia que ele era o orador mais impressionante na televisão. Cabe registrar que Hugo Chávez também se saiu airosamente no Roda Viva, no final de 2005. Quem sabe a estrutura do programa envelheceu, depois de tantos anos? É o caso, me parece, das Páginas Amarelas da Veja. De vez em quando sai alguma coisa boa, mas a fórmula, em si, é pobre, porque não há uma pluralidade de vozes sobre o assunto abordado. É o repórter sozinho ‘contra’ (o ‘a favor’) do entrevistado, e só. Como o entrevistado em geral é um especialista, e o repórter, por definição, não pode sê-lo, fica faltando a voz (ou ficam faltando vozes) de pessoa(s) que também entende(m) do riscado, mas te(ê)m pontos de vista diferentes.