Golaço dos repórteres Jailton de Carvalho e Jorge Bastos Moreno, da sucursal do
O Globo de Brasília, com a reportagem de hoje que traz trechos do
documento que “mostram integrantes da organização do argentino César de la Cruz
Arrieta, especializada em fraudes contra a Previdência e a Receita Federal,
conversando sobre a formação de caixinha para a compra de apoio político na
Câmara e citando os nomes de Delúbio, Dirceu e Jefferson. Os integrantes da
Máfia da Previdência ainda fazem referência ao Banco Rural nas conversas e citam
os nomes de outros políticos”.
O jornal diz, com propriedade, que o
conteúdo das gravações, feitas com autorização judicial, é “explosivo”.
Dois parágrafos da reportagem, que merece leitura na íntegra, acendem o
pavio:
“Numa impressionante demonstração de conhecimento do bastidores
do mundo político, o grupo trata até da arrecadação dos R$ 10 milhões que o PT
teria pago ao PTB de Jefferson. Numa conversa de sete minutos com Dênis no dia
26 de janeiro, Pavan faz a primeira citação sobre os R$ 10 milhões que o PT
estaria arrecadando para dar ao PTB. Pavan cita o Banco Rural e pergunta, em
linguagem cifrada, sobre uma determinada conta. ‘É da Câmara dos Deputados, do
001 que tem de levantar dez (milhões) para fechar com o trabalhista e os outros
lá, que é encomenda do 001, só que está faltando R$ 70 mil e que já mandou R$ 50
mil de um outro negócio que estão conduzindo pra gente’, responde
Dênis.
“Pavan quer saber se quem está fazendo o pedido do dinheiro é ‘o
Zé’. ‘Não tem nada a ver, é o próprio, o tesoureiro’, reage Dênis numa suposta
citação de Delúbio. O pedido também teria sido endereçado a um cliente de Dênis
interessado num financiamento do BNDES. Mais adiante Pavan quer saber quanto
eles terão que desembolsar. ‘É 70 mil para fechar os dez milhões na
segunda-feira’, responde Dênis.’
Íntegra da reportagem: O
Globo