Esqueçam o que o ex-presidente Fernando Henrique respondeu na entrevista à IstoÉ, salvo a frase “a ética do PT é roubar”, pela qual o partido decidiu processá-lo.
Fixem-se nas perguntas. Foram doze. A rigor, 9 perguntas e 3 afirmações:
“Qual vai ser o grande tema da campanha para presidente?”
“Os tucanos devem bater com muita força?”
“Por quê [a corrupção seria muito mais grave no atual governo]?”
“O senhor acredita que o presidente Lula não sabia de nada?”
“A quem [interessaria isso tudo]?”
“O impeachment deveria ter sido discutido?”
“Para ganhar do PSDB, o PT sempre agitou a bandeira da ética. Agora, os papéis vão se inverter?”
“O senhor faz idéia [por que Delúbio assumiu tudo]?”
“Mas os petistas continuma agitando a bandeira da ética.”
“O PT alega que boa parte do dinheiro em questão servia para pagar dívidas do partido.”
“Mas, ainda assim, Lula pode ganhar a reeleição.”
“Qual o melhor candidato tucano para dizer essas coisas [contra o governo] em campanha, Geraldo Alckmin ou José Serra?”
Se for adiante o processo do PT contra FH, a Justiça dirá se ele difamou ou não o partido quando afirmou que a sua ética é roubar.
Mas, com aquelas perguntas, a entrevista já transitou em julgado. Entra para os anais do jornalismo político brasileiro como exemplo de arguição – corajosamente a favor do entrevistado.
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