Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

JB tenta manipular imprensa de Goiânia

A vereadora de Goiânia Marina Sant´Anna, do PT, disse ao Observatório da Imprensa que alguém ligado ao Jornal do Brasil tentou colocar nos principais veículos de imprensa de Goiânia noticiário a seu respeito publicado desde o dia 17 para atingir seu irmão, Lourival Sant´Anna, repórter especial do Estado de S. Paulo. Marina informou que sua assessoria foi solicitada por diários e um semanário locais, depois que eles receberam a oferta, a dar informações sobre o material. Nenhum veículo conhecido publicou nada até o momento em Goiânia, salvo uma pequena nota na coluna Fio Direto, do Diário da Manhã.


O Jornal do Brasil, que já teve uma circulação importante em Goiânia, hoje está reduzido a algumas dezenas de assinantes na cidade. Não é encontrado com facilidade nas bancas de jornais. A campanha contra Lourival Sant´Anna, que começou sub-repticiamente no domingo (15/1), sob uma manchete relativa à liberdade do jornalista Antonio Pimenta Neves, assassino confesso da jornalista Sandra Gomide, sua ex-namorada – “Assassino cultiva o ócio” –, só chegou ao conhecimento das redações de Goiânia depois que o assunto foi tratado neste site (“Jornalista do Estadão desmente…”).


A vereadora, que em 2002 foi candidata ao governo do estado, criticou o comportamento do Jornal do Brasil e da Gazeta Mercantil, que desde domingo procuram modos e meios de atacar seu irmão, Lourival Sant´Anna, autor de reportagem sobre o perfil empresarial de Nelson Tanure, que controla os dois títulos, publicada no Estadão em 18 de dezembro, véspera da assembléia de credores da Varig na qual foi recusada sua proposta para assumir o controle da empresa. “Isso não é jornalismo, fere qualquer senso ético e qualquer noção de responsabilidade, fere a fé pública, o direito à informação que os indivíduos, a sociedade têm”, afirmou Marina.


Ela condenou os métodos de apuração do Jornal do Brasil: “O JB nunca me procurou para perguntar nada. Eu tenho duas assessoras de comunicação, meu gabinete, mesmo agora no recesso, está aberto de segunda a sexta, meu celular é o mesmo desde que existe telefonia celular em Goiânia, foi divulgado até em panfletos durante a campanha para o governo do estado, em 2002. Nenhum de nós recebeu sequer um recado de secretária eletrônica”.


O mais grave, na sua opinião, são as conseqüências desse tipo de uso de um veículo de comunicação:


“É uma afronta direta ao direito de informação e de cidadania. Mais do que o Lourival, mais do que eu, mais do que outras pessoas que estão sendo atingidas, direta ou indiretamente, está sendo atingida a fé pública, a credibilidade das instituições de comunicação, através de um movimento que eu considero político, mas destinado certamente a satisfazer o proprietário dessas empresas de comunicação. Ele entendeu, e nem entro no mérito disso, ele não gostou da matéria que o Lourival fez, não gostou da divulgação que o Estadão fez, e resolveu perseguir o jornalista pessoalmente”.


Marina Sant´Anna considera que as instituições de comunicação têm o dever de colaborar para que as informações sejam as melhores possíveis, as mais verdadeiras, “as versões sejam honestas, mesmo que haja contestação, e sempre há, mesmo, que firam interesses”. A vereadora disse que “a população é a maior vítima dessa falta de ética”.


Ela insistiu na crítica aos métodos do Jornal do Brasil: “Eu me sinto como uma pessoa vitimada por calúnia e difamação. Porque ele [o JB] faz uma circunferência, vai montando várias histórias com cruzamento de informações que não são procedentes (veja abaixo uma contestação específica feita por Marina Sant´Anna), que não cabem e não são de caráter jornalístico. Aqui na cidade de Goiânia, todos os jornalistas que cobrem política, e alguns outros também, nos conhecem bem, sabem que enquanto eu era presidente do PT [de Goiânia; o JB diz erradamente que Marina é presidente do PT de Goiás], mesmo em momentos de crise política eu nunca deixei de responder à imprensa, ainda que fosse para dizer que não tinha informação sobre o que estava sendo levantado”.


A vereadora Marina Sant´Anna informou que ainda não existe mobilização nem do partido, nem da Câmara Municipal, a respeito da campanha estampada no Jornal do Brasil e na Gazeta Mercantil. E ainda não decidiu se adotará medidas judiciais contra as empresas.


Ver “Vereadora refuta noticiário do JB