O correspondente do Miami Herald em Caracas, Steven Dudley, relata hoje críticas de jornalistas à Lei de Responsabilidade Social da imprensa aprovada pelo governo do presidente Hugo Chávez dez meses atrás. O problema, segundo o jornal americano, seria a dificuldade de conhecer os limites estabelecidos pela lei, que pune “incitação à violência” e “conteúdo sexual”.
Até aqui, ninguém foi preso ou multado, mas, segundo Dudley, “a lei claramente forçou a mídia a se censurar, especialmente quando apresenta reportagens sobre políticas socialistas polêmicas do presidente Hugo Chávez”. Os veículos temem, por exemplo, mostrar antes das 11 da noite qualquer demonstração nas ruas que possa ser interpretada como incitação à violência.
A jornalista Ana Karina Villalba apresenta seu programa na Radio Mágica diante de uma cópia da legislação, para evitar riscos. Ana Karina diz que a finalidade da lei não é punir, mas semear o medo entre os críticos do governo para que não se arrisquem na programação ou no conteúdo. “Eles não precisam te multar, porque todo mundo já está em pânico”, ela diz.
A diretora de jornalismo da emissora de TV Globovisión, Lysber Ramos Sol, afirma: “Somos mais responsáveis [perante a lei] do que a pessoa que fala ou o anunciante. Estamos assustados porque todo dia nos expomos a uma lei que é totalmente subjetiva”. O Miami Herald descreve a Globovisión como emissora que foi durante muito tempo vista como “o bastião da oposição midiática a Chavez”.
A reportagem pode ser lida em:
http://www.miami.com/mld/miamiherald/
news/world/americas/12887493.htm