Um leitor de jornal impresso representa o equivalente a 100 leitores da versão online em termos de faturamento publicitário. Este dado surpreendente acaba de ser divulgado pelo consultor Vincent Crosbie, da empresa norte-americana Borrell Associates , numa conferência da Associação Mundial de Jornais (World Association of Newspapers – WAN ), na última semana de fevereiro em Paris. O cálculo feito por Crosbie assustou os 480 particpantes da reunião da WAN sobre marketing e publicidade em jornais porque indica que para cada leitor que migra para a internet, o jornal precisaria de 100 outros leitores virtuais para compensar perdas na publicidade impressa. As pesquisas de Crosbie mostraram que a receita média de publicidade por visitante da versão online de um jornal norte-americano é de US$ 7,90, ou seja 100 vezes menos do que a mesma receita na versão impressa. Ou seja, a perda de um leitor da versão impressa equivale a uma verdadeira tragédia se comparada à perda de um leitor online. São dados como este que estão tornando cada vez mais difíceis as escolhas enfrentadas pelos donos de jornais norte-americanos vinculados à WAN porque sinalizam a necessidade urgente de aumentar o faturamento com publicidade online para compensar as perdas no mercado dos Estados Unidos, tido hoje como o epicentro do terremoto que atinge a indústria de jornais no mundo inteiro. Segundo Crosbie, em declarações ao jornal ingles The Guardian (exige cadastramento
O problema é que o notável crescimento da publicidade online, nos últimos dois anos, continua muito inferior aos índices projetados por Crosbie, também autor do blog Digital Deliverance . O faturamento com publicidade online dos jornais norte-americanos ficou em torno dos quatro bilhões de dólares em 2005, menos de 6% da receita com publicidade na versão impressa dos jornais.
A situação é quase do tipo se ficar o bicho come, se correr o bicho pega. A saída menos turbulenta seria a revisão dos modelos de negócio da maioria dos jornais para enfrentar a nova realidade criada pela internet. Mas trata-se de uma opção dificil para empresas acostumadas à lucros anuais acima da média das demais corporações e que, agora, enfrentam números negativos ou de um digito.
Uns estão tentando se adpatar através de soluções paliativas, mas as novas experiências apontam no sentido da sobrevivência de apenas um grupo mínimo de jornais nacionais enquanto todo o resto teria que enfrentar a opção de regionalizar ou localizar sua cobertura noticiosa para manter leitores, especialmente na internet.
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