Se restam poucas dúvidas sobre a reeleição de Lula, são muitas as que persistem sobre o desempenho do PT – o partido que este ano ele não fez lá muita questão de promover no horário de propaganda – nas urnas de outubro.
Em 2002 o PT elegeu 91 deputados federais, obtendo 17% do total de votos para a Câmara [e cerca de 3,5 vezes menos votos do que os que levaram ao Planalto a sua figura máxima.
Passou pela mídia a hipótese de que, recuperado da mensalite que dizimou a cúpula da agremiação, o PT poderá eleger um número de deputados na mesma ordem de grandeza de há quatro anos – mas a distribuição geográfica da futura bancada da legenda tenderá a ser diferente da atual: ou seja, menos paulista e mais nordestina.
Em 2002, o PT elegeu no Sudeste 37 deputados (dos quais 18 em São Paulo) e 17 no Nordeste.
De todo modo, enquanto a eleição não chega, uma comparação vem ao caso.
Pelo Datafolha divulgado ontem à noite, Lula tem 39% das intenções de voto no Sul, que em 2002 deu ao PT 20% [números arredondados] dos seus deputados; no Sudeste, Lula tem 44% e o PT fez 41%; no Norte/Centro-Oeste, Lula tem 50% e o PT fez 20%; no Nordeste, enfim, Lula tem 69% e o PT fez 19% da sua bancada.
Para testar o que é lulismo e o que é petismo, será útil ver como ficarão essas proporções. O resultado poderá esclarecer mais do que apenas a comparação dos números da distribuição geográfica dos deputados petistas da atual legislatura e da que vai se instalar em 2007.
E isso interessa porque o PT é, ou foi, a coisa mais parecida com um partido político de verdade que já apareceu no Brasil.
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