Eis o que consegui apurar da entrevista de Lula, em Paris, que o Fantástico levou ao ar ontem [ver o comentário abaixo].
A entrevista foi concedida por volta das 12 horas da sexta-feira, nos jardins da Residence Marigny, onde o presidente brasileiro estava hospedado. Pouco antes ele havia recebido o primeiro-ministro francês Dominique de Villepin. Pouco depois iria receber o presidente do Partido Socialista, François Hollande.
Entre essas duas audiências, um grupo de jornalistas franceses foi autorizado a entrar no palácio para entrevistar, como haviam pedido, o novo presidente do PT, Tarso Genro. De fato, uma entrevista com ele saiu no Le Figaro.
No meio do grupo, estava a brasileira Melissa Monteiro. Ela não trabalha para nenhuma emissora francesa. Trabalha para o produtor independente Paul Comiti. Tempos atrás ele filmou e vendeu para o Canal + um documentário sobre as gangues do Rio.
Melissa entrou sem cinegrafista. Carregava um tripé. O cinegrafista, portanto, já estava lá dentro.
Autorizado por quem? Ou mobilizado pelo pessoal da Secom? Por quê? E quem controlou a entrevista? As perguntas foram espontâneas, induzidas ou uma mistura das duas coisas? Algumas delas foram gravadas depois das respostas, mas isso não é incomum.
O fato é que os jornalistas brasileiros em Paris estão subindo pelas paredes. Só falam em armação.