A manchete da Folha de hoje – “PF amplia apuração sobre lista de Furnas” – sugere que a tese da conspiração da mídia contra o governo do PT precisa ser no mínimo relativizada.
A “lista de Furnas” é a cópia de um suposto documento que não se sabe onde está, relacionando 156 políticos, muitos deles tucanos, como o governador Geraldo Alckmin e o prefeito José Serra, que teriam se beneficiado de um esquema de doações ilícitas em 2002.
Os tucanos dizem que o documento equivale ao ‘dossiê Cayman’, cuja falsidade foi comprovada.
O articulador do esquema em Furnas teria sido o então diretor da estatal, Dimas Toledo. O primeiro a acusá-lo foi o ex-deputado Roberto Jefferson, cujo nome está na lista. As acusações, que Dimas nega, lhe custaram o cargo.
Hoje, toda a mídia noticia que Jefferson confirmou à Polícia Federal ter recebido R$ 75 mil do alegado dimasduto. Mas o que em outros jornais ficou perdido no noticiário sobre o novo depoimento de Jefferson – a intenção da PF de ouvir todos os 156 listados – a Folha deu no lugar de honra da primeira página.
Mais de um tucano deve estar dizendo da Folha, em privado, o que muitos petistas vêm dizendo da mídia em geral – em público.
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