Na sua primeira entrevista ampla a um órgão de imprensa desde que foi escolhido candidato ao Planalto pelo PSDB, publicada no Estado de hoje, o governador Geraldo Alckmin respondeu a 26 perguntas.
Nenhuma de suas respostas foi contestada.
Faz lembrar aquela coletiva do presidente Lula a radialistas, quando até ele cobrou mais garra dos seus entrevistadores.
Alckmin não foi apertado nem quando disse que ‘cuidar do câmbio’ será uma das marcas de sua política externa de aprofundar a inserção comercial do Brasil.
Nem quando, perguntado se é conservador, matou o assunto com duas palavras: ‘Absolutamente nada.’
Se esse for o tratamento que a imprensa em geral lhe reservar, ele poderá dispensar os exercícios de media training, as simulações de entrevistas em que os treinadores, a fim de preparar o cliente para o pior, são pagos para ir à sua jugular a propósito de tudo que diga.
Nas entrevistas de verdade, não se deve oferecer menos do que isso ao leitor-eleitor.
P.S. Aos leitores que escreveram para dizer que o caseiro Francenildo é um vendido e eu um ‘tucano’ – por ter criticado ontem neste blog a revista Época pela matéria baseada numa violação de sigilo bancário e sem indicação de fonte – recomendo a leitura, na Folha de hoje, da entrevista com o corretor de imóveis que intermediou a locação da casa onde Francenildo trabalhava. Também ele disse ter visto ali o ministro Antonio Palocci – que garantiu à CPI dos Bingos que nunca pôs os pés na mansão. Com o dele, já são três os testemunhos mortais para o ministro. Bom domingo.
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