Nem tudo é desgraça no processo eleitoral brasileiro. A existência de um segundo turno nas votações para os principais cargos executivos evita uma situação como a do México. O candidato conservador, Felipe Calderón, que deve ser proclamado vencedor, teve pouco mais de 15 milhões de votos. Seu principal adversário, Andrés López Obrador, pouco menos de 14 milhões. Há 71 milhões de eleitores, mas só 42 milhões foram votar. Segundo o Los Angeles Times, se 10 a 15 por cento da população mexicana de 107 milhões de habitantes estiverem convencidos de que houve fraude na eleição, como afirma López Obrador, o país pode se tornar virtualmente ingovernável, caminho para um golpe de Estado. Por sinal, o título de um dos editoriais de ontem do jornal é ‘Coup d´Etat in Mexico?’. O jornal pede que vozes democráticas da esquerda mexicana se distanciem ‘da tentativa de golpe’ de Obrador.
O recado não é muito diferente no espanhol El País.