Mais de um membro do Conselho de Ética da Câmara perguntou ao deputado Roberto Jefferson por que ele tanto tardou a denunciar o esquema do mensalão.
Jefferson havia dito que sabia do pagamento de mesada desde agosto de 2003 e só no começo do ano passado levou o assunto ao presidente da República.
É o caso de perguntar também por que a revista IstoÉ Dinheiro tanto tardou a publicar a primeira entrevista, feita em 2 de setembro de 2004, com Fernanda Karina Ramos Somaggio, ex-secretária do publicitário Marcos Valério de Souza, acusado por Jefferson de ser o homem da mala do mensalão – o que ela confirma com detalhes, digamos, quantitativos.
“Naquele momento”, diz agora a publicação, “a decisão editorial da revista foi guardar a fita [da entrevista] e continuar avançando nas investigações sobre as relações entre a agência SMP&B e a cúpula do PT. Como se tratam de acusações graves, era necessário buscar mais elementos para, com segurança, publicar a história”.
Passaram-se nove meses e, pelo visto, a revista não conseguiu achar os tais “mais elementos”.
Pode ser, pode não ser. Ou, como dizem os céticos, então tá.