Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

O banqueiro e os sem-banco

Os jornais dão nesta quinta-feira, 19 de janeiro, manchetes para o corte de juros promovido pelo Banco Central. A decisão da reunião, devido ao horário, não saiu no Jornal Nacional. O noticiário é linear. E, à luz da lógica, incoerente. Se o Comitê de Política Monetária fez apenas o que a maioria esperava, por que as manchetes? A leitura mostra uma mesmice constrangedora.


Escapou a Folha de S. Paulo, que destaca na abertura do texto, embora não no título, a divergência entre o Comitê e a expectativa do presidente Lula.


A questão da taxa Selic de juros parece ter viciado a imprensa. Só parece. A razão é que têm voz e vez na mídia os incomodados com a política do Banco Central, que pode desagradar o presidente Lula, mas é respaldada por ele.


Em entrevista à Carta Capital (28/12/2005), o presidente do Banco Itaú, Roberto Setubal, disse que o governo Lula zela pela população de baixa renda ao priorizar o combate à inflação. E que esses setores têm pouca representatividade na mídia.


Mais um (aparente?) paradoxo brasileiro: os sem-banco defendidos por um banqueiro.