O diretor de Redação do Globo, Rodolfo Fernandes, sugere ao autor deste blog uma leitura mais atenta das páginas do jornal. Sugestão que será sempre acatada sem tergiversar. A leitura pode até ser atenta, mas reter toda a memória do que foi lido, com uma angulação correta, é sempre difícil.
Rodolfo escreve, a propósito do tópico Os ricos também burlam (O.I. no Rádio, 14/11), que atribuía ao jornal preferência pelas denúncias contra irregularidades urbanísticas cometidas em favelas:
“(….) Eu ousaria afirmar que essa é uma das nossas especialidades. Muito antes de iniciarmos as reportagens sobre os problemas urbanos e sociais decorrentes da explosão de favelas na cidade, já denunciávamos todo tipo de irregularidades na cidade. Logo no início da série sobre favelas, para deixar bem claro que com ela não estávamos esquecendo os problemas crônicos da elite da cidade, colocamos na primeira página uma foto com a nova modalidade de irregularidade do Rio: a rua com portão (uma evolução das ruas com cancela, fato já aceito por aqui). A rua em questão era nada menos do que a Rua Leblon, a única de casas na praia mais cara do Rio hoje. No dia seguinte, suitamos com uma matéria de página inteira sobre outras ilegalidades do gênero. As próprias casas citadas (….) no comentário são velhas freqüentadoras da nossa primeira página, o que levou a esse fato raro no país, que é uma construção irregular ser derrubada”.