Fernando Henrique reagiu com duas pedras em cada mão ao convite que Lula disse que lhe faria para conversarem sobre ‘destravar o Brasil’, segundo revelou o senador tucano Artur Virgílio e o Estado deu domingo em primeira mão.
FHC também teria dito, conforme o Estado de hoje, que jamais participaria do conselho de ex-presidentes que Lula falou em constituir – uma idéia infeliz, considerando quem são eles –, porque de forma alguma ficaria ‘no mesmo saco’ de Fernando Collor.
A matéria poderia ter registrado que Fernando Henrique só não foi ministro de Collor porque o então senador Mario Covas fez picadinho da sugestão, encampada por FHC, de que o PSDB o apoiasse. Mas passemos.
Não faz muito, o professor titular do Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp, Francisco Foot Hardman, escreveu, a propósito da beligerância do tucano, que ele parece sofrer de ‘calores outonais’.
E ontem, numa entrevista à Folha, o laureado brasilianista britânico (radicado nos Estados Unidos) Kenneth Maxwell criticou FHC por não ter sabido ‘se reinventar como ex-presidente’.
Poucos brasileiros foram tantas vezes ‘perfilados’ na mídia e em livro como FHC. Mas a sua conduta nos últimos meses justificaria atualizar esses retratos, com base na garimpagem de histórias de que ele tem sido protagonista, a começar dos bastidores da escolha de Alckmin para enfrentar Lula.
A idéia é dar ao leitor algo além das aspas com que o ex-presidente aparece na mídia um dia sim, o outro também.
Uma publicação como a piaui, ou a Brasileiros, que está para sair, também no gênero de reportagens de fôlego, bem que poderia se ocupar do que se passa no labirinto do grão-tucano.
Quem mergulhar como se deve nessa empreitada não correrá o risco de se arrepender.
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