A guerra no Líbano está sendo travada também na trincheira das imagens como mostra a polêmica em torno das fotos tiradas pelo fotógrafo Adnan Hajj, acusado de editar o material que ele vendou para a agência Reuters. A questão foi levantada por blogs conservadores norte-americanos que apontaram incongruências nas fotos, como diferenças de sombra, repetição de nuvens e montagens usando cidadãos árabes residentes em Beirute. A partir daí Adnan passou a ser acusado de utilizar seus contatos com a imprensa européia para fazer proganda do Hezbollah, o grupo militar árabe que é o principal alvo dos bombardeios israelenses no Libano. A polêmica em torno da maquiagem de fotos usando o programa de edição e retoques Phtoshop cresceu tanto que a Reuters foi obrigada a retirar de seu catálogo todas as 920 fotografias feitas pelo libanês Adnan Hajj como medida destinada a restabelecer a credibilidade do material vendido pela agência britânica. Os acusadores de Adnan tomam como base a foto de um bombardeio de da capital libanesa onde há fortes sinais de manipulação da fumaça com uso do Photoshop, conforme afirma o blog The Shape of Days. A fumaça teria sido repetida para aumentar o impacto visual da destruição. Blogs como Captain´s Quarter , Tail Rank , Power Line e Gateway Pundit resolveram vasculhar todo o material produzido por fotógrafos em Beirute e transformaram a questão das imagens num novo front da guerra entre simpatizantes árabes e israelenses. Os blogueiros conservadores acusam os fotógrafos trabalhando em Beirute de montar fotos com a ajuda de moradores para carregar na dramaticidade do material, principalmente em fotos com pessoas chorando. Este recurso sempre foi usado no passado noutras guerras mas agora, parece que está com seus dias contados por conta da polarização ideológica criada pelo caso Adnan Hajj. O recuo da Reuters é um revéz para os árabes porque as imagens chocantes dos efeitos dos bombardeios sobre Beirute vinham tendo um efeito poderoso na opinião pública mundial. Agora a dúvida paira sobre a autenticidade das fotografias da guerra aumentando a confusão dos leitores de jornais. A maquiagem fotográfica com recursos eletrônicos é unânimemente condenada pelos jornais, revistas e agências de notícias. Mas a adulteração de imagens torna-se mais difícil de ser detectada por conta da sofisticação dos softwares de retoque. Isto se soma ao fato de que hoje o que realmente está acontecendo no front de guerra perde importância diante do peso político que passam a ter as percepções do público desenvolvidas a partir do material informativo produzido pelos veículos de comunicação.