Hoje, os jornalões paulistas deram dois exemplos de perda total de senso de proporção.
A Folha gastou nada menos de meia página com a reportagem de Pedro Dias Leite e Eduardo Scolese ‘Lula retoca foto-símbolo da campanha’. O sub-título explica: ‘Presidente tira o segurança, torna o céu mais azul e acrescenta nuvens na principal imagem de sua candidatura à reeleição’.
Oh, meu Deus!
Já no Estado, o repórter Ruy Nogueira conta o que conseguiu apurar da inside story, como se diz nas redações gringas para falar de bastidores, da carta aberta que o ex-presidente Fernando Henrique pôs no site do PSDB no dia 7. Título dado à matéria: ‘Texto de FHC estava pronto desde o dia 5’.
Não diga!
P.S. Ressalva:
A nota acima pode dar uma idéia equivocada dos erros e acertos dos jornais de hoje.
No lado bom das coisas, a Folha traz, por exemplo, uma entrevista original de Flávia Marreiro com o cientista político Fabiano Santos (‘Eleição de mensaleiros não é falência política, diz analista’) e uma importante reportagem de Mário Magalhães sobre uma ação inédita contra um presumível torturador (‘Militar vira réu em processo por tortura durante ditadura’).
E o Estado dá cerca de uma página e meia à bem-calçada reportagem de Eduardo Nonomura (‘Melhorar ensino não rende votos’) e duas páginas inteiras à matéria incomum ‘A ciência questiona seu sensacionalismo’, de Herton Escobar.
Sem falar nos 5 anos do 11 de Setembro, em ambos os jornais. Bom domingo.
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