Uma pesquisa feita em 2004 no Rio de Janeiro por Cristina da Costa e Silva com 2.711 pessoas mostrou que a posição diante das cotas para afro-descendentes segue uma divisão de cor. Dos que se declararam brancos, 77% eram contra e 23%, a favor. Dos que se declararam pretos e pardos, 79% eram a favor e 21%, contra.
Simples assim.
Com um detalhe curioso. Dos que preferiram a categoria “outros”, ou seja, nem brancos, nem pretos, nem pardos, 83% eram contra e 17%, a favor. Na visão dos pesquisadores, esses “outros” eram em maioria pardos claros. Mais radicalmente contra as cotas do que os autodeclarados brancos.
A pesquisa é citada na tese de doutorado de Jorge da Silva “Violência e Identidade Social: um estudo comparativo sobre a atuação policial em duas comunidades do Rio de Janeiro”, defendida em julho no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).