Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Organização anti-racista processa France Soir

O MRAP, Mouvement Contre le Racisme et pour l´Amitié entre les Peuples (Movimento contra o racismo e pela amizade entre os povos), importante organização criada na FRança em 1949, decidiu processar o jornal France Soir pela publicação de 12 charges na capa, sob o título ‘Temos o direito de caricaturar Deus’, em 1 de fevereiro. A informação é da agência Bloomberg. O presidente do MRAP, Mouloud Aounit, disse por telefone a Gabriele Parussini, da Bloomberg, que as caricaturas tiveram ‘a intenção manifesta de provocar, ferir, humilhar, estigmatizar e promover deliberadamente a confusão entre muçulmanos e terroristas’. Como se sabe, o editor do France Soir foi demitido pelo proprietário do jornal, Raymond Lakah, cristão nascido no Egito.


A organização ainda não sabe se vai processar também o Charlie Hebdo, um Pasquim francês mais antigo (nasceu em 1960 com o nome de Hara-Kiri) e mais bem-sucedido (sobreviveu) que acaba de republicar as charges em sua capa. O Charlie Hebdo publicou também texto de Tewfik Allal, da Associação do Manifesto das Liberdades (Association du Manifeste des Libertés), segundo o qual a onda de protestos muçulmanos, ‘orquestrada quatro meses depois dos fatos, visa a enjaular toda manifestação de pensamento por artistas e intelectuais’. Allal escreveu também que ‘outras comunidades – de judeus, cristãos – se sentiram insultadas por esse ou aquele texto, desenho ou pensamento, mas reagiram apelando aos tribunais’.


No site do The Economist infoma-se que em agosto passado, pouco mais de um mês antes da publicação das charges no Jyllands-Posten, o governo cassou a licença de uma rádio de Copenhague depois que um locutor fez uma conclamação pelo extermínio de imigrantes muçulmanos na Dinamarca.