O meu nome e o do Observatório da Imprensa foram mencionados num post do blog Vi o Mundo como parte de uma cobrança sobre o montante do financiamento concedido pela Fundação Ford para a realização do Colóquio Latino-Americano Sobre Observação da Mídia, ocorrido em agosto do ano passado, em São Paulo. O texto faz também alusão a uma das organizações que participou do Colóquio, mencionando algumas de suas conexões internacionais. Com relação aos dois temas, tenho as seguintes observações a fazer: 1) Qualquer leitor do Observatório e do blog Código Aberto tem o direito de cobrar transparência porque, afinal, nossa atividade é fornecer informações que ajudarão na formação de percepções e opiniões. 2) O Observatório da Imprensa recebeu da Fundação Ford um financiamento de US$ 55.000 utilizados no pagamento das passagens de 14 convidados estrangeiros e 15 participantes nacionais; pagamento de hotel, transporte e aluguel de salas, bem como alimentação, papelaria, seguros e equipamentos de som e gravação. O Colóquio contou também com o apoio institucional do serviço brasileiro da BBC, de Londres. 3) Os gastos com a realização do Colóquio foram relacionados e contabilizados pelo escritório de contabilidade Aptus, de São Paulo, e todas as despesas decorrentes do evento foram reportadas à Fundação Ford. 4) O Colóquio terá agora uma continuidade através do site Conversatório, que será lançado em breve e que servirá como plataforma para o prosseguimento da troca de experiências e informações entre os observatórios da imprensa na América Latina. 5) O Instituto Prensa y Sociedad (IPYS) foi um dos participantes convidados por conta de seus trabalhos sobre transparência nas empresas jornalísticas (media accountability). 6) O IPYS não foi único representante venezuelano no Colóquio. O outro foi o Observatorio Global de Medios. 7) O senhor Ewald Scharfenberg foi convidado, mas não compareceu. 8) Os participantes do Colóquio foram convidados com base em seus trabalhos efetivos sobre observação da imprensa e não sobre seus vínculos institucionais ou políticos. O que esteve em discussão no evento foi a observação da midia no continente, e não as relações institucionais dos participantes. Cabe informar que o Observatorio Global de Medios, o outro participante venezuelano, tem entre seus dirigentes vários simpatizantes do presidente Hugo Chávez. 9) Aqui no Brasil a Fundação Ford patrocina ações de outras organizações empenhadas na diversidade informativa, como a Agência de Notícias dos Direitos da Infância, o coletivo Intervozes, e o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC). Nos Estados Unidos, a FF teve um papel-chave na criação da Public Broadcasting Corporation (PBS), a emissora pública mais importante do país. Fazemos estes esclarecimentos em respeito aos nossos leitores que não têm conhecimento prévio das questões levantadas pelo blog Vi O Mundo. Não nos preocupam os eventuais interesses escondidos atrás das cobranças feitas ao Observatório da Imprensa ou ao Código Aberto e, sim, a opinião dos nossos leitores. Carlos Castilho