A Fundação Getulio Vargas comprou uma briga feia com o pessoal do café. Ao divulgar os dados do IPC, a FGV destacou que os ‘pequenos vícios’ do dia-a-dia, como o cafezinho após ao almoço seguido de um cigarro ou de um chope ao final do dia, ficaram mais caros nos últimos anos e subiram acima da inflação da média.
Prá que? A Associação Brasileira da Indústria do Café protestou imediatamente. Por meio de sua assessoria de imprensa, a Abic declarou ser uma irresponsabilidade da Fundação tratar o café como um vício, tratando-o da mesma forma que o fumo e o álcool. Não consta que o Zeca Pagoginho tenha defendido a cerveja.
Pelo visto, a FGV queria mesmo atrair a atenção da mídia para a sua pesquisa, que comparou a inflação dos ´´vícios´` com a das ´´virtudes´´. Os vícios (café, cigarro e chope) subiram acima da inflação média de janeiro de 2001 a maio de 2007. O IPC do período subiu 53,2%, enquanto o café aumentou 84,53%, os cigarros 76,73% e, a cervejinha, 78,6%. No ról das virtudes, a FGV listou as academias de ginástica (48,45%), salão de beleza (34,2%) e livros (45,1%).
A bronca do pessoal do café tem fundamento. Não existe nenhuma pesquisa científica que comprove que o café é um vício. Pelo contrário, existem vários estudos que mostram os benefícios do café à saúde humano, quando usado com moderação.