Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

PSOL saúda isenção da Globo

O candidato do PSOL ao governo do Rio de Janeiro, jornalista Milton Temer, foi buscar em fontes históricas sua preocupação com a cobertura da mídia na campanha eleitoral que ele e sua companheira de partido, senadora Heloísa Helena, iniciam.


É trecho de um discurso feito por Robespierre em 28 de outubro de 1792:


Assim como os príncipes calculam suas forças pela multidão de seus soldados, e pelos recursos de suas finanças, os chefes das facções rivais entre nós calculam as deles pelo número de seus escritores e pelos meios pecuniários que têm de alimentá-los”.


Diz Robespierre em seguida que “La Fayette soube cercar-se de um exército de jornalistas”. E que os diferentes jornais que o apoiaram “fizeram mais conquistas para seu partido, no espaço de alguns meses, do que ele próprio poderia ter feito na Revolução Francesa durante meio século à frente de um exército”.


Teoria e referências históricas à parte, Temer mandou mensagem para Carlos Henrique Schroeder, diretor-responsável da Central Globo de Jornalismo, agradecendo o tratamento igualitário concedido aos pré-candidatos à presidência da República, entre eles Heloísa Helena.


Numa reunião de que participaram todos os dirigentes partidários, Schroeder e Ali Kamel, editor-executivo da Central Globo de Jornalismo, haviam se comprometido, em nome da Rede Globo, a adotar esse critério a partir de 1 de agosto. Mas resolveram antecipar a medida.


Haverá quem veja nisso a intenção de chatear o PT, do qual o PSOL pode tirar votos.


Temer e o autor destas linhas coincidimos na crença de que se trata mesmo de preocupação da Globo com isenção durante a campanha. Preocupação que já a levou, por sinal, a retirar de sua programação comentaristas de política cuja participação poderia ser vista como sectária.