A Globo não foi a única a ir atrás do que motivou a fulminante cabeçada de Zinédine Zidane, na final com a Itália.
Segundo um italiano que conhece leitura labial, informa hoje o diário londrino Guardian, citando por sua vez a BBC, Materazzi teria dito ao craque afinal eleito o melhor da Copa:
”Quero que você e sua família tenham uma morte horrível.” E teria emendado: “Vá se f….”
O que correu por aqui é que o italiano disse que a irmã de Zidane era prostituta.
De seu lado, a ONG francesa SOS-Racisme informou que, de acordo com “várias fontes bem informadas”, Materazzi chamou Zidane de “terrorista sujo”.
Se foi isso que ele disse, com ou sem o resto – que faz parte do costumeiro repertório de insultos que jogadores trocam em campo – o caso muda de figura: torna-se a negação viva do badalado espírito anti-racista da Copa e não pode ficar por isso mesmo.
É bom lembrar que na Itália, bem como na Espanha, atletas norte-africanos e negros são frequentemente hostilizados pelas torcidas adversárias.
Um técnico espanhol foi multado em 3 mil euros por ter xingado Thiery Henry, que joga na Inglaterra, com palavras racistas.
É bom lembrar também que a seleção francesa provavelmente chegou à final porque tinha pouco de “bleues” e muito de “noires” – além do genial filho de argelinos. Os únicos “autênticos” franceses, diria o fascista Jean-Marie Le Pen, eram Barthez, Sagnol e Ribéry.
Em suma, Zidane perdeu a cabeça e mereceu a expulsão, Materazzi, se apelou para o racismo, merece pena mais grave e a mídia italiana está diante do desafio de pôr o patriotismo no banco dos reservas e ir para cima do assunto.
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