A imprensa latino-americana, com exceção do Chile, dá mais espaço para a disputa do poder político em cada país do que às questões sociais e temas ligados ao desenvolvimento econômico nacional e regional.
Esta é uma das conclusões do primeiro monitoramento de jornais promovido pelas organizações integrantes da Rede Latino-Americana de Observatórios da Mídia. Foram monitorados 41 jornais de oito paises, sendo sete na América do Sul e um na América Central.
Nesta primeira etapa de uma série de quatro edições do monitoramento foram catalogadas 2.133 noticias recolhidas em todos os países num único dia, o dia 9 de outubro de 2007. De todos os jornais monitorados, 60,4% adotam o tamanho standard (formato grande) e 39,6% o formato tabloide.
A Guatemala é o país onde a maioria esmagadora dos jornais adota o tamanho tabloide enquanto Brasil e Equador, o formato standard predomina em todos os grandes matutinos.
Os jornais bolivianos e argentinos foram os que publicaram mais noticias sobre política no dia monitorado, com respectivamente 56,8% e 50,2%. Seguem-se Peru, Equador, Brasil e Venezuela em ordem decrescente.
A grande exceção foi o Chile, onde as disputas partidárias ocuparam apenas 21,9% das noticias catalogadas perdendo em espaço informativo para os temas sociais com 32,1%.
Das 2.133 noticias catalogadas pelo monitoramento, apenas 499 (23,4% do total) estavam relacionadas à tematica do desenvolvimento econômico e social.
O Chile também é a grande exceção na cobertura da tematica desenvolvimentista. Nada menos que 66,4% das noticias catalogadas no monitoramento estavam ligadas diretamente a projetos e dilemas do desenvolvimento nacional, contra apenas 11,3% na Bolívia e 12,1% no Equador, paradoxalmente, os dois países mais pobres na amostra selecionada.