Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Sai rápido daí, Abi

Está na revista Época que foi às bancas no fim da semana e, salvo engano, só o Globo “repercutiu” o furo: o relator da CPI mista do Mensalão, deputado Ibrahim Abi-Ackel, do PP, recebeu em 1998 das empresas de Marcos Valério R$ 150 mil em “recursos não contabilizados”, como diria o professor Delúbio, para a campanha eleitoral daquele ano.

A escolha do antigo ministro da Justiça do governo do general Figueiredo para o cargo-chave da investigação parlamentar é atribuída à influência pessoal do deputado José Dirceu, mais do que ao PT propriamente dito.

Não é a todo instante que se tem um motivo tão forte para usar a expressão “pôr a raposa para tomar conta do galinheiro”.

Segundo a Época, Abi-Ackel só deixou de negar as doações irregulares quando acareado com documentos obtidos pela CPI dos Correios. Tentou se justificar: “É um fato remoto, né?”

Com a mesma cara de pau, o deputado petista Professor Luizinho, membro da CPI do Mensalão, disse que não via problema entre o fato remoto e o papel presente do doutor Ibrahim. “Nossa CPI é para apurar compra de votos e não campanha eleitoral. Não vejo como isso possa comprometer o trabalho sério do deputado’, comprometeu-se.

Com licença do deputado Roberto Jefferson, que detém o copyright do dito, lá vai, em paráfrase, um conselho não solicitado ao veterano político mineiro: “Sai rápido daí, Abi, antes de fazer réu um órgão investigativo do Congresso Nacional.”