Vários leitores defendem o uso das palavras terror ou terrorismo para descrever o ataque ao ônibus da linha 350. Não propus (ver Banditismo e terror) o descarte dessas palavras. Apenas que se evite dar ao episódio uma conotação política diferente da que ele tem (a que ele tem = fracasso de determinadas políticas públicas; exploração política da insegurança; etc.).
Terrorismo é barbárie. Não sei se um combatente da Resistência francesa à ocupação alemã, ou um combatente argelino ou vietnamita contra o colonialismo francês aceitariam essa definição. É toda uma discussão. Mas não se trata aqui de usar referências históricas. Trata-se de violência criminosa. Os bandidos que usam o terror para coagir e intimidar não o fazem para influir no sistema político tal como é organizado no país.
Aliás, não se trata de discutir a violência, a criminalidade e as políticas públicas em si, mas como a mídia cobre o assunto. Como ela depende das versões policiais. Vale a pena ver como o jornalista Xico Vargas coloca em xeque, no texto Tem gato na tuba, publicado no site No Mínimo, as versões oficiais oferecidas à imprensa pela Polícia do Rio de Janeiro.